Sobre o acordo entre o consórcio formado pela empresa chinesa Dakang Australia Holdings e empresa australiana Australian Rural Capital (ARC), estimado de US$ 307,7 milhões, informou a Australian Broadcasting Corporation, citando a mesma empresa S. Kidman and Co Ltd.
Não é a primeira tentativa da empresa S. Kidman & Co Ltd, fundada em 1899, de vender o seu negócio. O rebanho de gado de 185 mil cabeças oferece à empresa a presença nos mercados de carne bovina no Japão, os EUA e Sudeste Asiático. Também não é a primeira tentativa das empresas chinesas de “cortar um pedaço do bolo australiano”, com o território comparável com a Irlanda. O acordo de compra dos ativos entre a empresa australiana com duas chinesas, incluindo a Shanghai Pengxin Group, que foi planejado para novembro do ano passado, mas foi rejeitado pelo tesoureiro australiano Scott Morrison. Ele criticou um negócio, dizendo que é "contradiz aos interesses nacionais".
Conforme a lei australiana, a venda de imóveis para estrangeiros está sujeita a aprovação por parte do Tesouro e do Conselho de Investimentos Estrangeiros (Foreign Investment Review Board — FIRB, em inglês).
Tinha dois argumentos "contra" o negócio. Um deles é o tamanho da empresa a ser vendida. Fazendas e pastagens são localizadas em 12 regiões da Austrália Ocidental, Sul e Norte da Austrália e em Queensland. Este argumento surpreendeu Greg Campbell, diretor geral da empresa S. Kidman & Co Ltd. O contra-argumento dele é que outra produtora de carne bovina australiana, a Consolidated Pastoral Company (CPC), tem o rebanho que é duas vezes maior, enquanto 90% da empresa pertencem à empresa estrangeira. O rebanho da Australian Agricultural Company é três vezes maior de que S. Kidman & Co Ltd, no entanto, a empresa também pertence ao investidor estrangeiro.
O segundo argumento "contra" a transferência dos ativos da S. Kidman & Co Ltd à empresa chinesa foi o fato de algumas pastagens estarem situadas perto do polígono australiano de teste de mísseis Woomera. Não é a primeira vez quando o governo australiano está preocupado com a proximidade dos propriedades estrangeiras ao polígono Woomera. Em 2009, o então tesoureiro Wayne Swan, por esta razão bloqueou a compra da mineradora Oz Minerals pela estatal chinesa.
Este obstáculo foi removido para a chinesa empresa Dakang Australia Holdings. As terras agrícolas na área de polígono foram excluídas do pacote de venda. Isso aumenta a probabilidade de compra de 80% dos ativos da S. Kidman & Co Ltd pela empresa chinesa. O resto deve fazer parte da propriedade da australiana ARC. Enquanto isso, mesmo no nível mais alto entre os políticos se tornou um padrão expressaram preocupação de que o negócio contradiz os interesses de segurança nacional da Austrália.
Sob este pretexto, foram bloqueados muitos projetos das compras e aquisições dos ativos pelas empresas chinesas. Este fato foi admitido em entrevista concedida à Sputnik pelo diretor da Escola de Economia Mundial de Instituto de Relações Internacionais Contemporâneas da China, Chen Fengying.
A seguir, a íntegra do comentário de Chen Fengying:
"A tendência de introdução das medidas restritivas contra as empresas chinesas, para impedir o desenvolvimento dos mercados no exterior, reflete a teoria popular dos últimos anos da ‘ameaça chinesa’. Eles temem que as empresas chinesas vão perturbar a existência confortável dos produtores nacionais, aumentando a concorrência. Uma vez que cada estado tem suas próprias ideias sobre o desenvolvimento nacional, então a China também tem sua própria estratégia. A chegada das empresas chinesas no qualquer Estado implica o aumento da concorrência com os produtores nacionais. No maioria dos casos eles acreditam que qualquer setor que seja, China será uma ameaça para eles. Por exemplo: quando os chineses compram imóveis no estrangeiro, as empresas locais declaram que o preço dos para eles pode ser maior. Quando a China compra ativos, eles [os parceiros estrangeiros] afirmam que estes ativos não podem ser vendidos a outros Estados. Eles também consideram que alguns produtos e marcas, compradas pela China, podem ameaçar a segurança nacional. No entanto, a compra e aquisição dos ativos das empresas – é uma tendência inevitável no cenário internacional, é um passo necessário para reestruturar a economia global. O processo de formação da economia mundial ainda não terminou, a globalização da economia ainda está em andamento. Devemos prestar atenção ao fato que as empresas de energéticas e petrolíferas europeus e americanos também estão envolvidos no processo de fusões e aquisições. Isso ocorre porque cada empresa deve passar uma fase quando é necessário aumentar a sua competitividade através da participação neste processo. Dá para entender as dúvidas dos países sobre a participação de empresas chinesas em fusões e aquisições, mas não se pode impedir a entrada das empresas chinesas nos mercados estrangeiros com as medidas restritivas, porque é um processo económico objetivo".
Ao pressionar o botão "Publicar", você concorda expressamente com o processamento de dados da sua conta no Facebook para permitir que você comente notícias no nosso site usando essa conta. Você pode consultar a descrição detalhada do processo de processamento na Política de Privacidade.
Você pode cancelar seu consentimento removendo todos os comentários publicados.
Todos os comentários
Mostrar comentários novos (0)
em resposta a(Mostrar comentárioEsconder comentário)