Um natural do Iraque que consegui escapar do cativeiro do Daesh contou à agência Sputnik os detalhes da vida na cidade de Hit, na província Anbar, antes de reconquista pelas Forças Armadas iraquianas e milícias armadas.
“Nestas cadeias estavam por volta de 300-400 prisioneiros, a maioria ligados aos serviços de segurança. O resto – cidadãos comuns, que eram acusados de cumplicidade com o exército e de passagem de informações sobre os militantes do Daesh, por exemplo sobre a quantidade das forças, as posições, os planos e o resto”, disse Abu Ayman.
Depois de o exército do Iraque ter começado a reconquistar a cidade, os militantes retiraram para a Síria, levando os prisioneiros. Não se sabe do seu destino. Os militantes fuzilaram os cativos que eram difíceis de transportar.“Os terroristas do Daesh transformaram a nossa vida ao verdadeiro inferno. Desde outubro de 2014, nenhuma dos habitantes locais se permitia ir à rua, excluindo as ocasiões de ida às compras. No meio dos habitantes comuns havia pessoas subornadas que informaram o Daesh sobre a atividade da oposição na cidade. Nas ruas eram executadas centenas das pessoas por causa de falsas delações”, acrescentou a testemunha.
Depois da reconquista, o exército iraniano primeiramente coletou os nomes dos traidores. Estes cidadãos foram presos pela polícia por cumplicidade com o terrorismo.
Um morador de Hit, Abu Falekh, em seus 55 anos também presenciou algumas execuções de amigos próximos, que foram acusados de cooperação com a polícia e as Forças Armadas do Iraque. Abu Falekh contou à agência Sputnik o que sofreu a população de Hit que recusou cooperar com o Daesh.“Todos os dias eles executaram pelo menos um homem suspeito de cooperação com a polícia e as Forças Armadas do nosso país. Primeiramente eles eram forçados de arrepender-se publicamente. Depois, os militantes do Daesh tomavam as armas dos suspeitos e cortavam-lhes as cabeças”, disse Abu Falekh.
Por sua vez, uma habitante de Hit de 59 anos, que pediu para não revelar o seu nome, contou que, no início da operação de liberação da cidade, os militantes de Daesh começaram a colocar minas nas casas dos civis. Como resultado – muitos habitantes se explodiram nas suas próprias casas.
“Não sei como conseguimos sobreviver, pois as casas foram minadas, as bombas e minas continuavam caindo”, disse a mulher.
Enquanto a cidade estava sob o controlo do Daesh, os terroristas fizeram todas as mulheres usar o hijab. A assim chamada “Polícia do Islão” organizava patrulhas para apanhar as mulheres que não observavam a ordem.“Se a patrulha apanhava uma mulher sem hijab, as consequências podiam ser diferentes: ela ou era executada no momento ou era chicoteada, ou eles castigaram o marido ou o pai com horríveis torturas”, adicionou a habitante de Hit.
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