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Todos contra o golpe: o que une a resistência contra o impeachment?

© Serguei Monin / Sputnik BrasilManifestantes contra impeachment acompanham votação do processo no Rio de Janeiro
Manifestantes contra impeachment acompanham votação do processo no Rio de Janeiro - Sputnik Brasil
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O Brasil parou para ver a votação do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff no último domingo (18) e manifestações pró e contra o governo tomaram as ruas das cidades brasileiras. A Sputnik Brasil acompanhou os protestos contra o impedimento do governo Dilma e ouviu as vozes por trás do ‘não vai ter golpe’.

Reunindo diferentes movimentos, orientação políticas, classes sociais e faixas etárias, palavras de ordem como “Não vai ter golpe!” e “Fora Cunha!’ ficaram marcadas como pautas de consenso entre aqueles que se posicionam contra o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Tanto na manifestação realizada na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, no começo do último domingo, quanto no acompanhamento da votação da Câmara na Lapa, eram vistos diversos movimentos sociais, partidos e grupos que se mostravam unificados, mas não escondiam críticas em relação ao atual governo. 

O integrante da direção do Movimento Sem Terra do Rio de Janeiro (MST-Rio), Marcelo Durão, ao falar com exclusividade à Sputnik Brasil, manifestou a oposição do movimento ao processo de impeachment, mas não deixou de tecer críticas à gestão do PT.  

“A nossa posição é contra esse processo de impedimento da presidente Dilma. A leitura que temos deste processo é de que é um processo anti-democrático, que está ferindo a Constituição. Não há necessidade e não há um processo legal e jurídico para abertura do impeachment. Isso não nos faz concordar com a política econômica que tem sido traçada pelo governo Dilma”, disse Marcelo Durão. 

“A gente sabe que o governo que tem muitos problemas. A gente tem algumas reflexões sobre a política econômica. A própria questão da reforma agrária é um ponto social que não avança, mas isso não nos faz ser incoerentes com a democracia e nem burros de defender essa situação de impeachment da presidente Dilma. A gente consegue observar que são questões diferentes”, acrescentou.

Outra característica marcante é o compartilhamento do mesmo espaço por partidos e militantes que normalmente se colocam em lados opostos nas urnas. Foram notórios, por exemplo, os aplausos à menção da oposição do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) ao impeachment por parte de membros do Partido dos Trabalhadores (PT) durante discursos na Câmara dos Deputados, acompanhados atentamentos pelo telão montado na Lapa. 

Já a militante da Marcha Mundial das Mulheres, Talita Tanscheit, também fez coro ao discurso da ilegitimidade do processo de impeachment

Manifestação contra Eduardo Cunha - Sputnik Brasil
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Mulheres assumem a linha de frente contra Cunha e contra o impeachment
“Como mulher, como militante da Marcha Mundial das Mulheres, sou contra esse processo de impeachment porque não é um processo democrático, é uma tentativa de golpe, organizado por setores que não aceitaram a derrota das eleições nas urnas em 2014, portanto são golpistas. E nós defendemos que o voto, que é o princípio básico da democracia, deve ser defendido acima de tudo”, afirmou. 

Segundo ela, o encaminhamento do processo de impeachment vai gerar um cenário “de muita resistência por parte dos movimentos sociais da esquerda organizada”. "Acho que é muito grande a chance de criminalização, de medidas drasticamente neoliberais, então nós estaremos nas ruas resistindo a qualquer tipo de retrocesso e a qualquer tentativa de criminalização da esquerda no Brasil”, destacou Talita Tanscheit. 

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou, em sessão especial neste domingo, 17 de abril, o envio ao Senado Federal do resultado da votação extraordinária ocorrida neste dia. Os parlamentares impuseram à Presidente Dilma Rousseff a primeira derrota no  procedimento de impeachment. 367 parlamentares votaram a favor do prosseguimento do processo no Senado enquanto 137 votaram a favor da Presidente. 7 deputados se abstiveram de votar e duas ausências foram registradas.

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