Militantes do Daesh perseguem em Faluja a mulher que os provocou

© AFP 2023Islamic State militant waves his group's flag as he and another celebrate in Fallujah, Iraq, west of Baghdad
Islamic State militant waves his group's flag as he and another celebrate in Fallujah, Iraq, west of Baghdad - Sputnik Brasil
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Na cidade iraquiana de Faluja, que está sob o controle do grupo terrorista Daesh, foi aberta uma temporada de caça à mulher que, com a sua mensagem gravada em vídeo, provocou uma onda de reações emocionais entre os habitantes do país.

Uma mulher vestida de niqab publicou um vídeo no qual apela às autoridades do Iraque e aos países vizinhos para intervirem o mais rápido possível em Faluja para pôr fim ao genocídio da população local por parte do Daesh.

سيدة من داخل #الفلوجة تطالب الحكومة بتخليصهم من #داعش او ضربه…

سيدة من داخل #الفلوجة تطالب الحكومة بتخليصهم من #داعش او ضربهم بالكمياوي حتى يموتون السكان بالكمياوي بدل ان يقتلهم الجوع و يرتاح منه.

Posted by ‎اصوات العراق‎ on Thursday, 31 March 2016

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Forças do Iraque eliminam 60 militantes do Daesh
Em sua mensagem a habitante da cidade mostra um fogão artesanal de tijolos e lenhas para cozinhar ao ar livre. Ela se queixa que a população é frequentemente hospitalizada porque só tem vegetais não comestíveis como alimentação no café de manhã, no almoço e no jantar.

“Assim nós vivemos em Faluja. Estamos morrendo de fome. Os países árabes como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, assim como os EUA e outros países, não pensam em nós, não pensam na população de Faluja. Não há comida, não há água, não há remédios. As pessoas estão morrendo. Os hospitais estão cheios de doentes porque as pessoas não têm comida, água potável ou remédios para tratamento”, grita a mulher no vídeo.

A mulher diz que os preços de produtos alimentícios são demasiado altos. Uma embalagem de leite custa 4 dólares e um pacote de tâmaras podres e contaminadas, que até animais não comeriam, custa 10 dólares. Depois ela chora e grita histericamente:

“Quando vocês vão nos livrar disso? Não podemos aguentar mais! A fome matou muitos e fez muitas mulheres jogarem suas crianças no rio!”.

Depois de o vídeo ser veiculado na mídia social, os militantes do Daesh começaram a irromper nas casas de habitantes de Faluja e levar aqueles que julgassem ser ligados à publicação do vídeo. Uma fonte local disse à Sputnik que os terroristas já levaram mais de 100 pessoas das suas casas no centro da cidade, sendo a maioria de homens jovens. Nada se sabe do seu destino e localização.

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Mulher iraquiana que critica política do Daesh em Faluja - Sputnik Brasil
Mulher iraquiana que critica política do Daesh em Faluja

O vídeo provocou uma onda de emoções entre os residentes em Faluja e de outras cidades iraquianas que nos comentários exigiram um combate mais ativo e efetivo contra o Daesh para liberar as pessoas da opressão dos terroristas.

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Não é o primeiro exemplo da tentativa do Daesh de reprimir qualquer rebelião e indignação contra a fome na cidade de Faluja, que é provocada pelo fato de a maior parte da alimentação ser distribuída apenas entre os militantes que conquistaram a cidade. Lembramos que em 28 de março mulheres iraquianas saíram às ruas de Faluja para protestar contra a fome que ameaçava a população local. As manifestantes jogaram pedras e feriram alguns militantes.

O grupo terrorista Daesh (proibido na Rússia e reconhecido como terrorista pelo Brasil) autoproclamou-se "califado mundial" em 29 de junho de 2014, tornando-se imediatamente uma ameaça explícita à comunidade internacional e sendo reconhecido como a ameaça principal por vários países e organismos internacionais. Porém, o grupo terrorista tem suas origens ainda em 1999, quando um jihadista de tendência salafita, o jordaniano Abu Musab al-Zarqawi, fundou o grupo Jamaat al-Tawhid wal-Jihad. Depois da invasão norte-americana no Iraque em 2003, esta organização começou a se fortalecer até se transformar, em 2006, no Estado Islâmico do Iraque. A ameaça representada por esta entidade foi reconhecida pelos serviços secretos dos EUA ainda naquela altura, mas secretamente, e nada foi feito para contê-la. Como resultado, surgiu em 2013 o Estado Islâmico do Iraque e do Levante, que agora abrange territórios no Iraque e na Síria, mantendo a instabilidade e fomentando conflitos.
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