Boko Haram raptou cerca 500 mulheres e crianças em 2014, mas o caso foi silenciado

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Os militantes do grupo terrorista Boko Haram, em novembro de 2014, raptaram na cidade de Damasak, no nordeste da Nigéria, cerca de 200 mulheres e 300 crianças. No entanto, o governo do país ignorou as notícias sobre os raptos, informou a agência France-Presse, citando Human Rights Watch, as autoridades locais, lideranças e moradores da região.

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Até o momento, ocaso de rapto de maior repercussão foi o sequestro de 270 estudantes nigerianas, em Chibok, no estado de Borno. Em abril de 2014, quando as meninas foram raptadas pelos militantes do Boko Haram, o líder dos terroristas propôs trocar as vítimas pelos terroristas presos. O governo recusou a proposta e algumas estudantes foram libertadas mais tarde pelo exército nigeriano.  

O rapto de aproximadas 500 pessoas de Damasak aconteceu em 24 de novembro de 2014. Os moradores da cidade, entretanto, ficaram com medo de notificar o ocorrido, temendo “a fúria do governo”, que na época negociava o rapto das estudantes em Chibok. “Todos os pais tinham medo de se manifestar”, revelou um dos moradores locais.

O interlocutor da agência contou que, durante o ataque do Boko Haram, centenas de pessoas tentaram cruzar o rio, que separa a região do país vizinho, Niger, e muitos acabaram se afogando. Segundo o entrevistado, ele enterrou cerca de 200 pessoas em uma vala coletiva. Uma liderança local afirmou que os terroristas mataram cerca de 200 pessoas durante o primeiro ataque à cidade.

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O rapto, segundo as fontes da agência, aconteceu em Damasak em 24 de novembro. Entre os sequestrados pelo Boko Haram na ocasião estavam cerca de 300 crianças. Em março do ano passado, o governo do ex-presidente da Nigéria recusou aceitar o fato, destacaram os interlocutores da agência. 

Os residentes da região que conseguiram fugir avisaram os seus representantes no parlamento da Nigéria sobre o ocorrido, mas as notificações foram ignoradas, adicionou o interlocutor da agência.

Ao longo dos últimos seis anos, a insurgência do Boko Haram provocou a morte de pelo menos 20 mil pessoas e o deslocamento de quase 3 milhões de civis, de acordo com dados da Anistia Internacional e da Organização das Nações Unidas (ONU).

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