"O anúncio de Vladimir Putin nesta segunda-feira de que a Rússia vai começar a retirada [de grande parte de seu contingente militar] da Síria pareceu pegar a Casa Branca de surpresa, e reavivou a preocupação de que o líder russo esteja ludibriando Barack Obama", afirma um artigo publicado ontem (14) na revista Politico.
A publicação nota que os funcionários da Casa Branca foram pegos de surpresa pelo anúncio, “com o secretário de imprensa Josh Earnest esquivando-se de perguntas durante o briefing e [com] outros tentando reunir informações rapidamente".Uma saída rápida da Síria por parte da Rússia, observa o artigo, estragaria a hipótese proferida pelo presidente norte-americano de que Putin entrara em um "atoleiro" na guerra civil síria e se arrependeria de intervir no conflito.
De fato, há pouco tempo, Obama reiterou que a Rússia estava "sobrecarregada" e "sangrando" na Síria, após ter sugerido repetidas vezes que a campanha russa no país árabe seguiria os mesmos caminhos da invasão soviética que durou nove anos no Afeganistão.
No entanto, este parece não ser o caso.
A revista expressa preocupações difusas dos EUA de que Putin estaria repetidamente confundindo Obama ao longo dos últimos dois anos, desde a reunificação com a Crimeia em março de 2014 à campanha militar na Síria.Curiosamente, logo após o lançamento da campanha aérea da Rússia na Síria, que também veio como uma surpresa para o Ocidente, o jornal The Washington Times lançou sua própria enquete com uma única pergunta: Putin está ludibriando Obama na Síria?
A esmagadora maioria (92%) respondeu positivamente, com os 8% restantes divididos entre "não" e "é muito cedo para saber".
Desta vez, sem qualquer compreensão sobre a frase do Presidente Putin de que os militares russos foram ordenados a se retirar parcialmente da Síria porque atingiram de modo geral os seus objetivos, "alguns analistas" chegaram a sugerir que o presidente russo tenha "se frustrado com Assad, chegando à conclusão de que o líder sírio era demasiado resistente a um acordo de paz", segundo observa o artigo da Politico, assinado pelos jornalistas Michael Crowley e Nahal Toosi.
"Mas, mais uma vez, ele [Putin] demonstrou uma propensão notável para pregar grandes surpresas que pegam quase todos desprevenidos, incluindo altos funcionários do seu próprio governo", resumiu Andrew Weiss – um especialista em Rússia do Fundo Carnegie para a Paz Internacional que serviu na Casa Branca à época de Bill Clinton e no Departamento de Estado norte-americano –, citado pela Politico.
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