Ao acolher drones americanos na Sicília a Itália ‘voa’ para guerra?

© AFP 2023 / PALAZZO CHIGI PRESS OFFICEPrimeiro-ministro da Itália Matteo Renzi a bordo do navio San Giusto da marinha italiana
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O governo da Itália furtivamente forneceu a base de Sigonella na Sicília para os drones americanos de combate que realizam missões na Líbia.

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Curiosamente as negociações entre os EUA e Itália sobre as naves não tripuladas mortíferas já duram por meses enquanto o governo de Matteo Renzi não quis divulgar informação correspondente ao parlamento e cidadãos do país. Quem revelou a informação foi o jornal Wall Street Journal. 

A base de Sigonella, aeroporto de Pantelleria e a base de vigilância eletrônica Muos em Niscemi – estes são os traços da presença militar dos americanos na ilha e pode-se pensar que a Sicília é um laboratório de guerra.

A Sputnik falou com o especialista militar italiano Antonio Mazzeo para que a situação se torne mais clara:

“Até os drones não armados do tipo Global Hawk que já estão instalados em Sigonella por dois anos, tem uma função defensiva, a sua tarefa é monitoramento e busca de objetos e alvos para os bombardeiros com complexos de mísseis e transferência de ordens para atacar. Mesmo que não portem mísseis, são arma de ataque, destruição e primeiro golpe… Drones de ataque permanentemente decolam de Sigonella desde a primavera de 2011 quando os americanos foram autorizados a instalar ali algumas  subdivisões para operação na Líbia”.

O especialista revelou uns detalhes interessantes sobre o assunto:

“Vários anos atrás os EUA têm publicado um dossiê preparado para o Parlamento da Itália pelo Centro Italiano de Estudos Estratégicos [Centro Studi Strategici Italiani] onde foi mencionado um acordo bilateral entre os EUA e a Itália assinado em janeiro de 2013, o que foi nunca negado mais tarde. Ele [o dossiê] previa a instalação na base em Sigonella de até seis drones americanos Predator para serem usados não só na Líbia, mas também em todo o teatro militar africano:  Nigéria, Mali, Corno de África, onde swe realizam ataques por muitos anos. Quer dizer, não é nada de novo. Sigonella já por muito tempo é um trampolim para ataques, destruição e morte”.

Mas o pior, lamenta Mazzeo, é que nunca foi discussão aberta e justa no poder 

“A Itália nunca realizou a investigação parlamentar, os cidadãos foram privados do direito para informação e não sabem o que acontece no território da Itália”, disse.

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