Provocação premeditada ou falta de segurança: especialistas comentam atentado em Ancara

© REUTERS / Umit BektasCars of emergency services arrive after an explosion in Ankara, Turkey
Cars of emergency services arrive after an explosion in Ankara, Turkey - Sputnik Brasil
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Deputado do partido oposicionista turco Partido Republicano do Povo Eren Erdem que estava no edifício do parlamento no momento de explosão que sacudiu Ancara nesta quarta-feira (17) contou à Sputnik as suas impressões enquanto especialistas russos divulgaram as possíveis causas do ato terrorista.

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A explosão de um carro-bomba aconteceu ontem às 18h21 (hora local) em um cruzamento movimentado da capital turca, não muito longe dos prédios do Parlamento, do Estado Maior do Exército, e de um bairro de residências militares. Segundo as autoridades da Turquia, a explosão aconteceu no momento, em que um comboio militar parou no sinal vermelho. Apesar da maioria das vítimas ser militar, civis também foram atingidos. O atentado levou as vidas de 28 pessoas e feriu mais de 60.

“A explosão ocorreu no momento quando os deputados do nosso grupo parlamentar estavam no edifício do parlamento. Nós entendemos que foi uma explosão de bomba, saímos do edifício do parlamento e reparamos uma coluna de fumaça”, lembrou o parlamentar turco do Partido Republicano do Povo.

“O epicentro da explosão fica a cerca de 100 metros do edifício do Estado-Maior e Comando da Marinha. É o centro estratégico da capital turca”, indignou-se Erdem.

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Depois disso, ele lembrou os detalhes explícitos que sempre acompanham atos terroristas semelhantes:

“Reparamos um quadro terrível no local do acontecimento: numerosos corpos queimados e os seus fragmentos estavam por todo o lado no chão… Infelizmente mais uma vez enfrentamos a essência violenta e desumana”.

Erdem criticou as autoridades turcos por terem deixado acontecer tal atentado quase no coração do Estado turco:

“Aquele fato que a explosão aconteceu mesmo neste bairro de Ancara, no seu centro estratégico, mostra a presença de problemas muito sérios e lacunas na área de garantia de segurança no país. Sem dúvida, ainda é cedo para tirar conclusões concretas, isto será possível somente depois de uma investigação escrupulosa ser realizada e todos os detalhes do ato terrorista serem analisados”, disse.

Aleksei Martynov, cientista político e diretor do instituto Internacional dos Estados Novíssimos, acusa as próprias autoridades turcas não de negligência, mas sim de crime premeditado:

“Este atentado foi provocado. Vemos a histeria com qual Erdogan e o seu entrono pretende entrar na Síria. Parece que Erdogan atravessou a linha quando ele está pronto a sacrificar as vidas não só de militares, mas de civis também em prol de provocação, em prol de motivos efêmeros para iniciar uma operação terrestre na Síria”.   

Outro cientista político, especialista em problemas de países do Oriente Médio e Cáucaso Stanislav Tarasov fala de “fracasso da política interna e externa da Turquia” e até sobre “agonia e degradação”.

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“É bastante estranho, mas depois de eles se atreverem a uma provocação como é a destruição do bombardeiro russo, tudo o que eles fazem começou a estragar-se. Eles perdem nas frentes diplomáticas, eles ficaram de repente fora das parênteses, eles ficam nervosos. Eles pensavam que junto com a Arábia Saudita, EUA e Rússia serão os maiores patrocinadores do processo político-diplomáticos na Síria, mas foram transferidos em estatistas”.

Lembramos que, no dia 24 de novembro, um caça F-16 turco abateu um bombardeiro Su-24 russo com dois pilotos a bordo no espaço aéreo sírio quando este regressava à base de uma operação antiterrorista. Na ocasião, Ancara alegou que a aeronave russa havia entrado no espaço aéreo da Turquia. Tanto o Estado-Maior russo quando o Comando de Defesa Aérea da Síria confirmaram que o jato russo nunca esteve no espaço aéreo da Turquia. As relações russo-turcas se deterioraram na sequência do abatimento do avião russo.

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