O ex-militar alemão, citado pelo jornal Huffington Post, opinou que os países ocidentais devem considerar as ações russas na Síria de forma mais construtiva e não pressupor que por trás de cada decisão do Kremlin está "uma ameaça terrível".
Segundo ele, assim como cada parte que participa no conflito sírio de uma ou outra maneira, a Rússia tem seus interesses estratégicos na região, mas este fato não significa que estes só devem ser vistos em plano negativo.Moscou tem um plano coordenado de luta contra jihadistas e é bastante óbvio que, sem a participação russa, a resolução da crise síria é impossível.
"Sem a Rússia não haverá paz na região", sublinhou Kujat.
O especialista militar alemão também partilhou a sua visão dos planos futuros da Rússia. A liberação da estratégica cidade síria de Aleppo é só um ponto intermédio na liberação de todo o país de terroristas do grupo Daesh.
O alvo dos ataques aéreos de Moscou foi a liberação das principais rodovias para que as tropas de governo sírio pudessem cortar as vias de abastecimento turcas dos terroristas, especificou. Depois de fazer isso, o exército da Síria poderá criar um corredor para o nordeste da Síria, de maneira a atingir a praça-forte dos jihadistas, Raqqa.O ex-militar da Aliança Atlântica notou também que no conflito sírio existem forças que vão impedir a realização deste plano – e uma das primeiras é a Turquia.
O corredor criado pelo exército de Assad, na etapa final, atingirá as regiões que atualmente estão sob a chefia dos curdos, que já mostraram as suas capacidades na luta contra os terroristas. Ao mesmo tempo, a Turquia não planeja parar os bombardeios destes territórios, pretendendo continuar as operações contra as tropas curdas.
Além disso, Ancara está pronta a enviar tropas para o terreno na Síria, o que pode minar todos os esforços de pacificação, opinou:
"A intervenção turca tem todas as chances de tornar a crise síria numa catástrofe global", concluiu Kujat.
Cabe mencionar que a Rússia realiza a operação aérea na Síria após um pedido oficial do presidente sírio, Bashar Assad. A operação visa combater o terrorismo, inclusive o grupo terrorista Daesh (proibido na Rússia e reconhecido como terrorista pelo Brasil) cuja ameaça é reconhecida internacionalmente.
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