Medvedev: Rússia está envolvida no conflito sírio pelos seus interesses nacionais

© Sputnik / Alexander Astafyev / Acessar o banco de imagensPrimeiro-ministro russo Dmitry Medvedev
Primeiro-ministro russo Dmitry Medvedev - Sputnik Brasil
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O primeiro-ministro da Rússia, Dmitry Medvedev, às vésperas da Conferência de Segurança em Munique, concedeu uma entrevista o jornal alemão Handelsblatt, e falou sobre a crise síria e o papel desempenhado pela Rússia no conflito do país.

Ao abordar temas como a luta contra o Estado Islâmico e a guerra civil na Síria, a publicação alemã perguntou ao primeiro-ministro russo qual o papel que a Rússia pode representar neste processo e e quais os próximos passos de Moscou. Medvedev afirmou que a Rússia está envolvida no conflito sírio pelos seus interesses nacionais. 

“A Rússia está envolvida no conflito sírio pelos seus próprios interesses nacionais. É claro que, tendo em vista o fato de que fomos abordados pela liderança síria, inclusive com o pedido de apoio militar”, observou o primeiro-ministro. 

“O que aconteceu lá (Síria) é uma lição de como é fácil criar um problema e depois resolvê-lo. Em algum momento pareceu aos nossos colegas que o Sr. Assad se comportava mal (se este termo é mesmo relevante na política internacional). Refiro-me aos nossos parceiros nos Estados Unidos, alguns dos nossos parceiros europeus e do mundo árabe, incluindo a Arábia Saudita, por exemplo”, destacou Medvedev.

Primeiro-ministro da Rússia, Dmitry Medvedev - Sputnik Brasil
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“Podemos ter diferentes avaliações de determinadas figuras políticas, mas isso não é uma razão para começar uma intervenção ou incendiar por dentro! Agora, o país está envolto em guerra civil, todos brigaram com todos: xiitas com sunitas, sunitas, respectivamente, com outros — drusos, cristãos, alauítas. A quem isso era melhor?”, acrescentou. 

Segundo Medvedev, “talvez Assad não seja um ideal de democracria, mas é preciso lutar para que as eleições ocorram, que não seja desencadeada uma campanha tão dura. Como resultado, sofreraram todos”. 

Ainda sobre a crise síria, ao explicar porque a Rússia busca seus próprios interesses nacionais na situação síria, Medvedev disse: “Nós temos um país multinacional, muito difícil. Nós também temos extremistas religiosos, com quem por muito tempo e com sucesso, em geral, lutamos no Cáucaso e que periodicamente fogem para outros países”. 

“Nesta situação, entendemos que aqueles que foram para Síria (esta cifra, certamente, é de pelo menos alguns milhares de pessoas, os números diferem, porque não podemos, é claro, ter toda a contagem, mas certamente é de milhares pessoas), voltarão como assassinos zumbis que irão organizar com a gente o que organizaram antes no Cáucaso, em Moscou, em outras cidades, o que eles fazem em Paris, e em todo o mundo, nos Estados Unidos”, afirmou o primeiro-ministro russo. 

Segundo ele, é por conta dos milhares de extremistas que se dirigiram à Síria é que o presidente russo decidiu responder ao pedido do presidente da Síria a participar na operação militar. “Não é (a operação) de uma caráter ilimitado, será, naturalmente, temporária. Ela possui uma característica localizada, utilizando aviões e mísseis em alguns casos”, completou. 

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