Sírios resgatados lembram o horror da vida em aldeias cercadas pela Frente al-Nusra

© REUTERS / Khalil AshawiOs militantes da Frente Nusra da Al Qaeda
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Os militantes da Frente al-Nusra usaram todo o seu arsenal, inclusive morteiros, mísseis, projéteis e balas para capturar as aldeias xiitas no norte da Síria, disseram o canal televisivo russo RT os sírios resgatados.

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Eles fazem parte de cerca de 300 famílias que foram evacuadas das aldeias cercadas pela Frente al-Nusra no âmbito da trégua temporal patrocinada pela ONU. Os xiitas foram evacuados a Damasco onde eles falaram do horror da sua vida em condição de sítio.

“Estava brincando no telhado e um projétil caiu perto de mim. Um pouco de shrapnel atingiu-me”, uma menina ferida disse a Murad Gazdiev, jornalista do RT.

“Dois dos nossos irmãos foram mortos no fogo de projéteis. Passamos tanto tempo em porões que a escola foi fechada. Se você tentava abandonar a aldeia, al-Nusra ia atirar em você”, acrescentou o irmão da menina.

Em Damasco estas crianças finalmente reunificaram-se com o seu pai depois de terem estado separados por dez meses.

“Finalmente escapamos. Eu estava tão feliz de ver o meu pai”, disse o irmão deles.

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Entretanto nem todas as famílias tiveram tanta sorte.

Uma mulher lembrou o dia quando ela soube que o seu filho foi morto. 

“Foi na véspera do Dia das Mães. O meu filho e o marido estavam na nossa loja. Recebi uma chamada dizendo que o meu filho é morto, despedaçado. Disseram que foi um projétil do Canhão do Inferno [arma caseira usada pelos rebeldes sírios]”, contou a mulher.

O seu marido resolveu não ir a Damasco com a sua família, mas em vez disso ficou para defender a sua casa.

“A Frente al-Nusra e o seu Jaish al-Fatah [Exército de Conquista] cercaram muitas aldeias. Eles odeiam-nos só porque somos de fé diferente”, acrescentou. 

“Obrigada para quem seja quem organizou isso, mas lamento porque muitos ficaram atrás”, disse a sua filha.

“Espero que os meus amigos tenham conseguido escapar também”, acrescentou.

A família não tinha nem pão, nem farinha e cozinhava o que eles podiam encontrar crescendo nas proximidades.

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Alguns têm certeza que a Síria irá repelir todos os militantes estrangeiros e o conflito sangrento irá acabar.

“Venceremos porque a nossa causa é justa. Estamos lutando contra estrangeiros, afegãos, turcos, chechenos. Outrora era diferente, ninguém foi julgado pela sua religião na Síria”, explicou um sírio resgatado.

A Síria está em estado de guerra civil desde 2011. O governo do país luta contra um número de fações de oposição e contra grupos islamistas radicais como o Daesh (também conhecido como “Estado Islâmico”) e a Frente al-Nusra.

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