Le Point: Putin é o melhor amigo da França desde os atentados de Paris

© AFP 2023 / Alian JocardO presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente francês, François Hollande
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Rússia e França deixaram de lado suas diferenças e reataram seus antigos laços na sequência dos atentados de Paris, de acordo com a última edição da revista francesa Le Point.

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Apesar de vários pontos não resolvidos de contenda, Rússia e França nunca abandonaram suas relações bilaterais, que têm melhorado significativamente desde os ataques terroristas de 13 de novembro em Paris, segundo relata o semanário francês.

Notavelmente, a capa da edição mais recente da revista traz o presidente russo, Vladimir Putin, com a legenda "Putin é o nosso novo amigo".

Mais que isso, a Le Point afirma que o líder russo já pode ser visto quase como “o melhor amigo” da França.

"Vladimir Putin tornou-se quase o melhor amigo da França desde 13 de novembro" diz a publicação.

Segundo a revista, Paris decidiu ignorar a posição de Moscou sobre a Ucrânia e o apoio do Kremlin ao presidente sírio, Bashar Assad, enquanto a Rússia decidiu deixar pra trás a decisão da França de desfazer o acordo para a venda dos navios Mistral e de aplicar sanções contra Moscou.

"Ucrânia? Apoio incondicional de Bashar Assad? Retórica antieuropeia? O Palácio do Eliseu esqueceu tudo isso em nome da luta contra o terrorismo", ressaltou a Le Point.

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A revista lembra que um dia após os ataques terroristas em Paris, o Presidente Putin ordenou o comando da Marinha russa a entrar em contato com o porta-aviões francês Charles de Gaulle no Mediterrâneo. Quanto aos serviços secretos dos dois países, foi dada luz verde para compartilhar livremente informações coletadas em território sírio.

As autoridades francesas sempre perceberam que é impossível interromper completamente o diálogo com Moscou, nota a Le Point, apontando que em 2013, a França se classificou em oitavo lugar entre os países que mais exportam para a Rússia, e que a Rússia foi o terceiro maior investidor internacional na França.

Com Moscou e Paris ainda em desacordo sobre uma série de questões de política externa, eles reconhecem, entretanto, a força um do outro, diz a revista, destacando o reconhecimento da Rússia sobre o fato de que é melhor para desenvolver a cooperação militar-tecnológica com a França do que com os Estados Unidos, a Grã-Bretanha ou até mesmo a China.

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Paris, por sua vez, acredita que ao contrário dos EUA, a Rússia detém uma posição de liderança na Síria e que o conflito sírio não pode ser resolvido sem a participação de Moscou, de acordo com a Le Point.

Assim, as cartas da luta contra o grupo terrorista Daesh (autodenominado Estado Islâmico) foram embaralhadas mais uma vez, levando os dois lados a perseguir a realpolitik por razões práticas, especialmente quando se trata de guerra, concluiu a revista.

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