Rand Corp: EUA terão que suar para manter superioridade aérea perto da China continental

© flickr.com / Naval Surface WarriorsMar da China Meridional (16 de setembro de 2015) - militar dos EUA observa um exercício de tiro ao vivo a bordo do destróier de mísseis guiados USS Lassen
Mar da China Meridional (16 de setembro de 2015) - militar dos EUA observa um exercício de tiro ao vivo a bordo do destróier de mísseis guiados USS Lassen - Sputnik Brasil
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Apesar de suas capacidades militares, os EUA estão enfrentando cada vez mais dificuldades para desafiar o poder aéreo de Pequim em áreas próximas à China continental, segundo mostra um novo estudo feito pela RAND Corp., organização sem fins lucrativos que fornece análises para diversos setores, inclusive o Pentágono.

"Ao longo das últimas duas décadas, o Exército de Libertação Popular da China (ELP) deixou de ser uma força grande, mas antiquada, para se tornar um exército moderno e capaz", afirma a equipe de pesquisadores liderada por Eric Heginbotham, cientista político especializado em assuntos de segurança do Leste Asiático.

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Mais especificamente, o estudo, conduzido com base em informações disponíveis ao público, examinou as capacidades de combate aéreo dos EUA e da China entre 1996 e 2017, utilizando projeções estimadas com base em dois cenários: a garantia de um contínuo domínio aéreo sobre Taiwan e as ilhas Spratly; e a destruição de 50 por cento da frota aérea chinesa envolvida em ambos os teatros de operação.

Os pesquisadores enfatizaram que não estão antecipando uma guerra entre as duas potências, mas sim analisando as suas capacidades de superioridade aérea por meio da elaboração de dois conflitos teóricos.

A análise mostra que em 2017 os EUA não serão capazes de manter uma presença contínua no espaço aéreo de Taiwan. Washington precisaria de cerca de 2.000 aviões de guerra para atingir este objetivo, o que representa "mais aeronaves do que a América poderia esperar enviar, de maneira minimamente realista, para defender" a ilha, observou Michael Peck, premiado escritor e cientista político especializado em temas de defesa e segurança nacional.

"O estudo confirma o que todo mundo já sabe, que é que os EUA não podem alcançar a superioridade aérea sobre Taiwan da mesma maneira em que poderia, sem suar a camisa, na década de 1950 ou 1980", acrescentou.

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As ilhas Spratly ficam mais distantes da China continental do que Taiwan, o que significa que a manutenção incessante da superioridade áerea sobre o arquipélago seria tarefa um pouco mais fácil para Washington.

"Como no caso de Taiwan, teria sido virtualmente impossível para os EUA manter uma presença decisiva 24 horas por dia, 7 dias por semana, desde o início de um conflito depois de 2010. No entanto, os resultados também sugerem que os EUA seriam capazes de alcançar superioridade aérea baseada no atrito em um período de tempo relevante, mesmo no caso de 2017", disseram os pesquisadores.

Ainda assim, a principal conclusão do estudo se mostra um tanto desagradável para Washington:

"Os EUA continuam a manter inigualáveis capacidades ar-ar. (…) No entanto, as melhorias contínuas das capacidades aéreas chinesas tornam cada vez mais difícil para os EUA alcançar a superioridade aérea dentro de um prazo política e operacionalmente eficaz, especialmente em um cenário próximo ao continente chinês."

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O arquipélago de Spratly recentemente tomou as manchetes no mundo todo quando, no dia 26 de outubro, o destróier norte-americano USS Lassen navegou para dentro das 12 milhas náuticas das ilhas, aparentemente desafiando as reivindicações de soberania de Pequim sobre esta área do disputado Mar da China Meridional. As autoridades chinesas classificaram o incidente como uma “provocação descarada” e disseram que se oporiam a quaisquer movimentos dos EUA que viessem a ameaçar a segurança e a soberania da China, ou a minar a paz e a estabilidade regionais. 

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