Por que Paris não pede ajuda da OTAN?

© AP Photo / Davit Hakobyan / Presidential Press ServiceFrançois Hollande e Vladimir Putin.
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Algumas horas depois dos atentados que chocaram Paris o presidente francês François Hollande declarou que os ataques foram “um ato de guerra” realizado e planejado pelo Estado Islâmico.

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“Enfrentando a guerra, o país deve tomar medidas apropriadas”, acrescentou o presidente francês. Esta declaração fez com que muitos digam que o líder francês podia aplicar o Artigo 5 do Tratado do Atlântico Norte segundo o qual um ataque contra um país-membro da aliança é considerado um ataque contra todos os membros da OTAN.

Mas isto não aconteceu.

Nos dias seguintes a França intensificou os seus esforços antiterroristas na Síria. Caças franceses estão realizando mais ataques aéreos contra os alvos do Estado Islâmico. Isso se tornou possível devido ao acesso maior aos dados da inteligência norte-americana.

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O porta-aviões Charles de Gaulle está no caminho do litoral sírio para reforçar potencial militar da França na região. O Reino Unido e a Bélgica enviaram navios militares para proteger de ar o porta-aviões francês.

Além disso, o presidente francês e o presidente russo Vladimir Putin acordaram coordenar as suas ações contra o Estado Islâmico na região. Logo que o navio da Marinha francesa atinja o seu destino, ambos os países criarão um grupo conjunto de trabalho.

Isso pode ser a razão principal porque Paris se recusou a aplicar o Artigo 5 do tratado que foi usado só uma vez em 66 anos desde a criação da OTAN depois dos ataques de 11 de setembro nos EUA.

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Uma razão deste passo francês é que a França começou uma cooperação mais estreita com a Rússia cuja Força Aeroespacial já está envolvida na luta contra o terrorismo na Síria, nota o jornal The Fiscal Times.

Isso é pouco surpreendente porque nesta semana as autoridades russas confirmaram que a queda do avião russo na península do Sinai foi um ataque terrorista. Em resultado disso a Rússia intensificou ainda mais a sua operação aérea na Síria que se iniciou em 30 de setembro.

Se Hollande apreciar a resposta da Rússia, é muito provável que pensará duas vezes antes de tentar pedir a ajuda da OTAN, destaca o jornal.

Com efeito, parece que o presidente francês visa tomar uma atitude diferente para lidar com o Estado Islâmico. Na quarta-feira (18), Hollande apelou a criar uma ampla coalizão que junte os esforços dos EUA, Rússia e outros países para derrotar o grupo terrorista.

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