Duplos padrões dos EUA indignam mídia francesa

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Ao que parece, os EUA não beneficiam com a experiência na sua política externa. Sem conseguirem esconder as suas falhas, na Tunísia, Líbia, Egito, Síria e Ucrânia, países que mais sofreram com essas falhas, é visível a “pegada” norte-americana.

Ultimamente têm havido muitas mudanças de regime, especialmente no Médio Oriente, organizados por movimentos populares. No entanto, a edição francesa What They Say About the USA [o que dizem sobre os EUA] afirma que estes movimentos são fictícios e que foram criados pelas agências dos EUA como parte da estratégia de colocar a Irmandade Muçulmana no poder em todo o Oriente Médio.

No artigo se destaca que nos países aliados dos norte-americanos – Arábia Saudita e Qatar – não aconteceu nada deste tipo.

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A edição destaca que, apesar do caráter autoritário dos regimes já derrubados, o nível de vida nesses países era muito superior ao que existe atualmente. Por exemplo, durante o governo de Khadafi, a Líbia era líder em toda a África quanto ao PIB per capita, a educação das mulheres era a mais avançada no continente. A Líbia até cooperava com o Ocidente no combate ao terrorismo.

Ao mesmo tempo, os movimentos “democráticos” são uma catástrofe para estes países. 

“Por exemplo, recentemente vimos o aumento de tais tendências antigovernamentais nos países que não estão satisfeitos com as políticas pró-ocidentais  e que não as apoiam (tais como a Hungria e a República Tcheca). É muito possível que estes países também venham a ter ‘revoluções populares”, adverte o portal de notícias.

Quanto ao conflito sírio, os meios de comunicação ignoram de forma consistente o fato de que o regime sírio não tem o monopólio sobre a violência, e que os assassinatos em massa são cometidos por ambas as partes. A mídia atual ignora totalmente as atrocidades dos islamistas. 

“É preciso sublinhar que, apesar das muitas falhas do regime de Assad…, a oposição armada é composta por maníacos e fascistas que são infinitamente pior do que ele”, assinala o artigo.

Os autores destacam o papel da Rússia na resolução da crise síria:

“A intervenção russa pode ser vista como uma mudança visível – o primeiro passo para restabelecer a ordem no Oriente Médio”.

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Depois da chegada dos russos, das suas forças, armas e apoio aéreo, junto com o envolvimento crescente do Irã e do Hezbollah, o equilíbrio é alterado a favor do regime de Damasco. 

A edição consideram que todas as acusações contra a operação russa não têm por base quaisquer evidencias. 

“Os argumentos são muito pouco credíveis. Será que precisámos dos números de mortos durante a guerra no Iraque ou dos ataques de drones americanos contra o Paquistão e Afeganistão?” pergunta o autor, dando o exemplo do bombardeamento do hospital dos Médicos sem Fronteiras em 2 de outubro.

A edição conclui que, embora a crise venha a ser eventualmente resolvida, a credibilidade do Ocidente e da Europa em particular ficará manchada para sempre devido ao alinhamento com Washington e os Estados sunitas.

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