Em entrevista à agência russa TASS, ele disse que enquanto as autoridades estrangeiras criticam as ações do Kremlin "franzindo a testa e com a voz trêmula", seus antecessores aposentados expressam solidariedade com relação à posição de Moscou.
Ele acrescentou ainda não ver a mesma cisão nas elites da Rússia.
"Ao meu ver, pode-se chamar de elite aqueles que no decorrer de algumas gerações fizeram algo de útil, necessário, notável pelo próprio país. Já nós [na Rússia] temos muitos voluntários que concedem esse título a si próprios sem razões suficiente para tanto" – explicou.
O chefe da administração do Kremlin reconheceu que as sanções ocidentais afetaram, sim, alguns representantes do empresariado russo. No entanto, ele explicou que esses danos se referem muito mais a restrições de acesso ao mercado de capitais do que à liberdade de locomoção pelo mundo.
"Eu acho, embora não garanto, que [Guennady] Timchenko ou os [Boris e Arkady] Rottenbergs [famosos bilionários russos] também possuem iates. Mas ninguém as confiscou. E em seus barcos eles continuam livres para viajar para onde quiserem. Então, não precisa se preocupar muito por eles. Quanto a Abramovich, a pergunta-chave é: com que dinheiro Roman Arkadyevich [Abramovich] comprou a equipe londrina [clube de futebol Chelsea] muitos anos atrás? Se foi com dinheiro legítimo, para mim o tema está encerrado" – disse Ivanov.Em 30 de julho deste ano os EUA introduziram novas sanções com relação a uma série de cidadãos russos acusados pelas autoridades norte-americanas de driblar as medidas restritivas aplicadas à Rússia pelo Ocidente. Entre outros, a nova lista de sanções incluiu oito nomes pessoas físicas ligadas aos negócios do empresário de gás Gennady Timchenko, bem como duas empresas que forneciam suporte ao também bilionário russo Boris Rotenberg.
Gennady Timchenko, Boris Rotenberg e seu irmão Arkady figuram na lista de sanções dos EUA desde marços de 2014. Naquela época os países ocidentais começaram a introduzir gradativamente sanções contra setores inteiros da economia russa, como os de energia, defesa e finanças. As medidas restritivas foram justificadas pelo Ocidente com a situação de conflito que eclodiu no leste da Ucrânia e a reintegração da Crimeia à Rússia através de um referendo legítimo. O primeiro pacote de restrições com prazo de um ano foi adotado pelos EUA, sendo, em seguida, replicado por países da União Europeia. Em 22 de junho de 2015 as chancelarias de todos esses países prolongaram suas sanções econômicas anti-Rússia em mais meio ano, até 31 de janeiro de 2016.
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