Opinião: EUA não pretendem colaborar com Rússia e Irã na regularização da crise síria

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O representante russo nas Nações Unidas, Vitaly Churkin, informou que os EUA bloquearam uma proposta de resolução do Conselho de Segurança da ONU para alcançar a paz nos países envolvidos em guerra no Oriente Médio e na África do Norte.

O documento foi redigido pela Rússia e seria votado na quarta-feira (30).

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Segundo Churkin, a proposta não será apreciada porque, “à última hora”, os EUA informaram que não analisariam declaração produzida pela Rússia, que está presidindo o Conselho de Segurança da ONU. Além dos conflitos, o documento tratava da questão do terrorismo na região, nomeadamente continha uma proposta de criar um centro de coordenação da luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico.    

Sheba Crocker, secretária de Estado adjunta para Assuntos das Organizações Internacionais, disse que o lado americano não apoia o projeto russo por causa das preocupações de que os passos de regularização do conflito possam ser considerados como um passo que impeça a mudança do regime na Síria.     

Assim, os esforços de quatro países (Rússia, Irã, Síria e Iraque) sobre a criação do Centro de Informação para a coordenação da luta contra o grupo terrorista Estado Islâmico foram mal recebidos por parte do lado americano. Fouad Izadi, cientista político iraniano, especialista em Estudos Americanos e membro do conselho científico da Universidade de Teerã, opina que o bloqueio do projeto russo de resolução põe diretamente em dúvida a coordenação das ações das forças russas e iranianas com a coalizão internacional na Síria. 

“O governo dos EUA não tem o objetivo de regularizar o conflito na Síria. As autoridades dos EUA têm interesse em derrubar o presidente legitimamente eleito Bashar Assad… As autoridades dos EUA não pretendem resolver de modo nenhum o problema da Síria em prazos mais breves. Se os americanos realmente tivessem tal intenção, em primeiro lugar eles deviam, junto com os seus aliados na região, no mínimo, desistir de apoiar logisticamente os terroristas do Estado Islâmico. Porém, vemos que os terroristas do Estado Islâmico e dos outros grupos ainda recebem ajuda do exterior. E os EUA não tomam medidas eficientes para parar este apoio aos terroristas.

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Em geral, podemos tirar a conclusão que os EUA não pretendem resolver o problema da Síria por meios pacíficos e políticos. Enquanto os países como o Irã e a Rússia realizam tentativas ativas para impedir o desenvolvimento da crise síria e neutralizar os terroristas naquela região, as autoridades dos EUA encaram tais ações de forma hostil. Além disso, a Rússia em relação a Síria é considerada como um adversário irreconciliável. Enquanto isso, por causa da cruel política externa dos EUA, todos os dias morrem cidadãos inocentes da República Árabe da Síria”.

Os EUA exigem a renúncia do presidente da Síria Bashar Assad e estão contra o fornecimento de qualquer ajuda a Damasco. A Rússia, por sua vez, apelou repetidamente à assim chamada coalizão internacional para cooperar com as autoridades sírias sob a égide do Conselho de Segurança da ONU na luta contra o Estado Islâmico. O Ministério do Exterior russo declara que Moscou nunca guardou em secreto que fornece e irá fornecer ajuda técnico-militar ao regime de Bashar Assad na luta contra o terrorismo.

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A guerra civil na Síria dura desde 2011 e já causou a morte de mais de 230 mil pessoas, segundo os dados da ONU. O governo sírio luta contra vários grupos rebeldes e organizações militares, incluindo a Frente al-Nusra e o grupo terrorista Estado Islâmico. 

O grupo terrorista Estado Islâmico, anteriormente designado por Estado Islâmico do Iraque e do Levante, foi criado e, inicialmente, operava principalmente na Síria, onde seus militantes lutaram contra as forças do governo. Posteriormente, aproveitando o descontentamento dos sunitas iraquianos com as políticas de Bagdá, o Estado Islâmico lançou um ataque maciço em províncias do norte e noroeste do Iraque e ocupou um vasto território. No final de junho de 2014, o grupo anunciou a criação de um "califado islâmico" nos territórios sob seu controle no Iraque e na Síria.

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