Os partidos pró-independência obtiveram mais de 50 porcento dos votos na eleição regional catalã deste domingo (27), segundo divulgado pela agência de notícias local TV3.
A coalizão é encabeçada pelo partido radical de esquerda pró-independência Unidade Popular, possuidor de 10 assentos no Parlamento regional. Os dois partidos que lideram a frente juntos excedem o número de lugares necessários para a maioria absoluta por seis.
O partido de centro-esquerda Cidadãos conseguiu 20 assentos, a coalizão de esquerda Catalunha Sim nós Podemos obteve 16 lugares. O Partido Socialista da Catalunha e o conservador Partido Popular da Catalunha garantiram 13 e 12 lugares, respectivamente, segundo divulgado pelas pesquisas.
Os dados foram divulgados após a entrevista de cerca de 30.000 eleitores.
1- O que as eleições na Catalunha significam para Espanha e Europa
As eleições regionais da Catalunha deste domingo são consideradas cruciais para o futuro da região dentro da Espanha.
"Hoje é uma grande vitória para a democracia na Catalunha. Superamos todos os obstáculos colocados pelo governo espanhol. Agora, Catalunha lida com seu próprio destino", disse o líder catalão Artur Mas.
Até as 13 horas do horário local, a participação nas votações atingiu 35 porcento, de acordo com o site oficial das eleições, superando a taxa de participação registrada anteriormente.
O presidente da região comprometeu-se a declarar unilateralmente a independência em relação à Espanha se os partidos pró-independência vencerem, mesmo no caso de não reunirem a maioria absoluta dos votos.
2- “Referendo da Independência”
Os partidos pró-independência procuram realizar a separação em relação à Espanha no prazo de 18 meses após a eleição. A soberania já foi declarada em 2013.
3- Conflito com a Espanha
A Espanha anteriormente bloqueou tentativas de referendos pela independência catalã. Ao mesmo tempo, as intenções da Catalunha em declarar unilateralmente sua independência seriam ilegais de acordo com a Constituição da Espanha.
Por conta disso, alguns na Espanha acreditam que a Catalunha irá tomar medidas mais simbólicas do que efetivas em prol de sua independência.
"Embora a reeleição do Mas irá testar a unidade do movimento secessionista, os partidos pró-independência vão realizar movimentos simbólicos para [a criação de] um Estado catalão se obtiver uma maioria, prolongando o impasse com o governo central," disse Antonio Varroso, da consultoria de risco Teneo Intelligence, à CNBC.
As ameaças da Espanha também poderiam potencialmente fazer da Catalunha o primeiro território a deixar a UE. O porta-voz da UE confirmou isso em 2013, em pronunciamento.
Isto, no entanto, criaria dificuldades não só para a Catalunha, mas também para Espanha e, naturalmente, para a UE. Situada entre a França e a Espanha, a Catalunha é um posto central na economia e no transporte. A Catalunha possui o terceiro porto mais movimentado da Espanha, e o segundo aeroporto.
5- Importância econômica
A Catalunha é uma das regiões mais ricas da Espanha, com relativamente o menor desemprego em comparação com o restante do país que enfrenta uma elevada taxa de desemprego.
A economia da Catalunha representa 19 porcento do produto interno bruto espanhol, e apenas 6,3 porcento do território total do país. O PIB per capita também é superior à média nacional. Ao mesmo tempo, os partidos pró-independência dizem que a Espanha recebe mais das receitas fiscais da Catalunha do que traz de volta para a região.
Enquanto isso, os políticos catalães procuram criar um novo banco central, não deixando claro se pretendem criar uma nova moeda ou continuar a utilizar o euro.
6- Nova liderança
Artur Mas é considerado um improvável líder para a independência catalã por conta de seu passado de "tecnocrata". Todavia, Mas tem advogado pela independência catalã desde 2007.
Os partidos pró-independência também buscam mais autonomia cultural da região que faz parte de Espanha de uma forma ou de outra desde 1137. O atual conflito da Catalunha com o governo espanhol remonta à discussão sobre um novo Estatuto de Autonomia, o qual foi aprovado em 2006, e que ampliou os direitos da região referentes à sua autonomia.
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