Especialista: apesar das declarações, EUA não têm vontade de parar guerra na Síria

© AP Photo / Vadim GhirdaAtaques aéreos na Síria
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O representante oficial do Pentágono Peter Cook manifestou que os EUA estão prontos, se for necessário, a cooperar com a Rússia e o Irã para evitar possíveis situações de conflito com os militares destes países na Síria.

“Ainda não começamos a discussão destas questões sobre a prevenção de conflitos com os russos, mas se virmos a necessidade de cooperar com outros [países] sobre estas questões, iremos fazer isso”, disse Cook durante um briefing.

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Alguns especialistas opinam que esta declaração testemunha a prontidão dos EUA de alterar a sua política na Síria e cooperar com os países que não fazem parte da coalizão internacional que luta atualmente contra o Estado Islâmico.

Mas será que estas declarações são realmente sinceras e qual é a opinião do Irã sobre este assunto? A Sputnik falou com o doutor Fouad Izadi, cientista político iraniano, especialista em Estudos Americanos e membro do conselho científico da Universidade de Teerã:

“O governo dos EUA após quatro anos a realizar a sua política sem resultados em relação à Síria, que resultou em guerra civil, afinal das contas entendeu que esta política foi absolutamente errada e que as exigências dos EUA sobre a deposição do governo legítimo da Síria são infundadas e ilícitas”.

Como resultado, os EUA inclinam-se a mudar a sua política nesta área. E esta declaração é uma viva confirmação disso.      

Porém, o especialista duvida que as intenções dos EUA sejam cem por cento sinceras:

“Respondendo à sua pergunta se os EUA irão reconhecer a necessidade de cooperar com o Irã e a Rússia e o papel importante desses países na regularização da crise síria, posso esclarecer que não podemos ter toda a certeza disso. A política dos EUA relativamente à Síria provavelmente não irá cardinalmente mudar tão rápido. Os americanos, do meu ponto de vista, ainda tentam seguir a política precedente de substituição do governo e das autoridades na Síria. Os EUA não veem problema que na Síria morram todos os dias milhares de cidadãos inocentes às mãos de terroristas, assim como os soldados do exército governamental de Bashar Assad, dos seus aliados do [grupo xiita] libanês Hezbollah e de outros aliados da Síria. Infelizmente, os EUA e países do Ocidente não se preocupam com o fato de combatentes saírem da Europa e virem para a Síria, morrendo em confrontos. Tudo isso diz que os EUA não têm uma intenção sincera e vontade política de pôr fim a esta guerra”.

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Os EUA exigem a renúncia do presidente da Síria Bashar Assad e estão contra o fornecimento de qualquer ajuda a Damasco. A Rússia, por sua vez, apelou repetidamente à assim chamada coalizão internacional para cooperar com as autoridades sírias sob a égide do Conselho de Segurança da ONU na luta contra o Estado Islâmico. O Ministério do Exterior russo declara que Moscou nunca guardou em secreto que fornece e irá fornecer ajuda técnico-militar ao regime de Bashar Assad na luta contra o terrorismo.

A guerra civil na Síria dura desde 2011 e já causou a morte de mais de 230 mil pessoas, segundo os dados da ONU. O governo sírio luta contra vários grupos rebeldes e organizações militares, incluindo a Frente al-Nusra e o grupo terrorista Estado Islâmico. 

O grupo terrorista Estado Islâmico, anteriormente designado por Estado Islâmico do Iraque e do Levante, foi criado e, inicialmente, operava principalmente na Síria, onde seus militantes lutaram contra as forças do governo. Posteriormente, aproveitando o descontentamento dos sunitas iraquianos com as políticas de Bagdá, o Estado Islâmico lançou um ataque maciço em províncias do norte e noroeste do Iraque e ocupou um vasto território. No final de junho de 2014, o grupo anunciou a criação de um "califado islâmico" nos territórios sob seu controle no Iraque e na Síria.

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