Ucrânia está contra liberdade de expressão e imprensa

© AFP 2023 / SERGEI SUPINSKYJornalista trabalha em área de conflito no leste da Ucrânia
Jornalista trabalha em área de conflito no leste da Ucrânia - Sputnik Brasil
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A Ucrânia resolveu dar um golpe de sanções contra todo o mundo. Na nova lista proibitória há muitos jornalistas e políticos o que gerou acusações de opressão de liberdade de expressão por parte de Kiev. A Sputnik falou com algumas pessoas incluídas na lista.

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O presidente ucraniano Pyotr Poroshenko assinou o decreto de expansão da lista de sanções contra 388 pessoas físicas e mais 105 jurídicas que, segundo o documento, são responsáveis pelo “anexo da Crimeia e agressão em Donbass”. Na lista, há cidadãos de 23 países suspeitos de terem conexão com Moscou e ações que visam violação da integridade territorial da Ucrânia. São jornalistas, funcionários públicos, advogados, diretores de empresas, políticos e observadores em eleições e referendos na Crimeia e em Donbass.

Segundo a motivação dada no documento, os jornalistas criam ameaça para a segurança e integridade territorial da Ucrânia, os seus interesses nacionais e o desenvolvimento de direitos e liberdades.

A Comissão Europeia por sua vez manifestou preocupação com a inclusão de jornalistas na lista. Esta decisão “não está no espirito europeu” o comissário europeu pela  Política Europeia de Vizinhança e Negociações de Alargamento Johannes Hahn.

A representante da OSCE sobre a Liberdade da Mídia, Dunja Mijatovic, endereçou-se ao presidente ucraniano com apelo de excluir os jornalistas da lista, diz-se num comunicado da OSCE.

“Eu respeito completamente o direito legítimo de governos de lutar contra terrorismo e proteger a sua segurança nacional e os seus cidadãos. Mas a adaptação de restrições que limitam o movimento livre de jornalistas não é um caminho que garantirá segurança. Eu apelo ao presidente Poroshenko para fazer alterações no seu decreto e excluir jornalistas dele”, manifestou Mijatovic.

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Para conhecer mais a situação a Sputnik falou com as pessoas incluídas na lista.

Alyona Berezovskaya, redatora-geral do portal Ukraina.ru

“Acho que é simplesmente uma agonia de Kiev. A tarefa principal das autoridades ucranianas agora é estar presente em quaisquer agendas informativas. É um bom pretexto informativo, não posso considerar isso de outra maneira”.

“Liberdade de expressão é a maior ameaça para os governadores ucranianos”, acrescentou.

Jakub Korejba, jornalista polonês independente

“Se o presidente ucraniano, eleito de maneira democrática, assina um documento que proíbe a entrada à Ucrânia aos cidadãos dos países-vizinhos, queria que explique de que maneira eles ameaçam ‘interesses nacionais, segurança nacional, soberania e integridade territorial’, assim como de que maneira ‘contribuem para o terrorismo e violam direitos humanos’”.

"Se a Ucrânia quer ser um Estado que faz uma discussão usando difamação e gritos, é a escolha própria e soberana dela”, concluiu.    

Avigdor Eskin, cientista político israelense 

“Primeiramente, eu estou muito grato a eles, recebi o oitavo lugar de honra. Eu fui declarado como lutador contra o regime e estou muito feliz que eles me recebem assim. É exatamente o reconhecimento de eficácia da minha atividade e o poder da minha palavra. Eles têm medo da palavra, porque eles incluíram a lista de pessoas, que nunca quebraram leis e se comportavam muito lealmente, mesmo no âmbito do diálogo com os seus representantes. Mesmo assim, qualquer  revelação da atual essência do governo da Ucrânia e leva a aparência nas listas negras.

A raiz do mal é a própria ideologia do regime de Kiev. O fato de que Bandera, Shukhevich — os piores monstros do século XX foram anunciados a serem heróis [dirigentes do UPA, Exército Insurgente da Ucrânia que atuou durante a Segunda Guerra Mundial contra o Exército Vermelho colaborando frequentemente com as unidades nazistas].

Tentar criar um tipo da Cortina de Ferro informática é a única coisa que a sociedade atual pode fazer”.

Slobodan Samardzija, colunista do jornal Politika, o jornal mais velho da Sérvia

“Eu estava no grupo de observadores internacionais das eleições em Donetsk. Nós fizemos o nosso trabalho nas eleições. Depois, eu descobri que eu estava na lista negra. Só por causa disso [de ter sido observador nas eleições], eu fiquei fazendo parte da lista negra. Mas eu nunca recebi nenhuma informação oficial”

Ladislav Zemanek, vice-presidente do partido de direita Democracia Nacional, sem representação no parlamento, observador nas eleições em Donbass

“A lista provocou reações negativas no Ocidente também. Eu falo da reação de certos organismos midiáticos da corrente geral, que chamaram [esta lista] de ataque vergonhoso à liberdade de imprensa. De verdade, há a sensação de que Kiev acaba de marcar um gol na sua própria meta. O que é ainda mais interessante é que a lista surgiu provavelmente na cooperação com a União Europeia e Washington. Eu acho que podemos acreditar no que diz Poroshenko neste assunto, porque o Serviço de Segurança da Ucrânia nem teria condição, sem as informações dos americanos, mesmo de ficar sabendo que houve observadores em Donetsk. Com o anúncio de novas sanções antirrussas, o governo da Ucrânia voltou a demonstrar falta de conhecimento político prático, falta de visão e de maturidade”.

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