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No Parlasul, paraguaios demonstram preocupação com crise política e econômica no Brasil

© AFP 2023 / EVARISTO SA / Acessar o banco de imagensO presidente do Paraguai, Horacio Cartes, durante encontro com a presidenta brasileira, Dilma Rousseff, em Brasília, em 17 de julho de 2015
O presidente do Paraguai, Horacio Cartes, durante encontro com a presidenta brasileira, Dilma Rousseff, em Brasília, em 17 de julho de 2015 - Sputnik Brasil
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Uma comitiva do Paraguai, formada por representantes dos congressistas, magistrados, empresários, veículos de comunicação e da sociedade civil, se reuniu com a Comissão do Parlamento do Mercosul (Parlasul), em Brasília, para conhecer o funcionamento das instituições públicas e privadas brasileiras e debater a crise política e econômica do país.

Durante o encontro, os paraguaios, integrantes da Fundação Desenvolvimento e Democracia (Dende), se mostraram preocupados com a relação comercial com o Brasil, por conta da crise.

Entre os assuntos discutidos na reunião do Parlasul tiveram destaque o apoio do Brasil para o desenvolvimento regional, a manutenção e o aumento do consumo de produtos paraguaios. Também foram alvo de questionamentos da delegação do Paraguai a desvalorização do real e a organização de políticos brasileiros de oposição para pedir o impeachment da Presidenta Dilma Rousseff.

O Senador Roberto Requião (PMDB-PR), presidente do Parlasul, fez questão de tranquilizar os paraguaios afirmando que não há possibilidade de impeachment:

“Eles saíram daqui com a certeza de que essa história de impedimento da presidenta, de impeachment, é uma lenda. Isso não vai ocorrer de forma alguma”.

Os visitantes destacaram os desafios mútuos e a necessidade de fortalecimento da aliança entre os dois países. Os paraguaios temem que a criação de novos impostos pelo governo brasileiro reduza o consumo de produtos do Paraguai.

Também durante a reunião, o presidente do Parlasul criticou as isenções de impostos feitas pelo país vizinho, como o tabelamento de juros dos cartões de crédito no Paraguai, pois deixa de investir em infraestrutura e inviabiliza políticas sociais. Para Requião, a reduzida carga tributária e a falta de encargos trabalhistas no país só beneficiam os empresários brasileiros que investem lá.

“Paraguai está praticamente não cobrando imposto mais de ninguém. É muito interessante para grupos empresariais brasileiros e investimento, mas está desmontando o Estado”.

Os paraguaios esperam que a construção de uma segunda ponte, além da Ponte da Amizade, ligando a cidade brasileira de Foz do Iguaçu a Ciudad del Este, no Paraguai, possibilite a redução de congestionamentos e do contrabando, além de aumentar a segurança na fronteira e impulsionar a economia. O projeto da nova ponte está sendo analisado pelo Ibama.

Atualmente, com 7,3 milhões de habitantes, o Paraguai deve ao comércio e aos serviços mais de 50% do seu Produto Interno Bruto (PIB). O principal produto de exportação do país é a soja, cultura que envolve a participação de brasileiros, os chamados “brasiguaios”, mas o Paraguai também é conhecido por exportar energia de boa qualidade e baixo custo. A pecuária, no entanto, é a principal atividade econômica do país. 

Em 2014, buscando a expansão econômica, o país atingiu a taxa mais alta de crescimento do continente, com 4%. O Paraguai busca agora a garantia de mercado livre com efetiva participação no bloco econômico da América do Sul (Mercosul), integrado por Brasil, Argentina, Uruguai e Venezuela.

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