China e Estados Unidos culpam-se mutuamente pelo choque nas bolsas mundiais

© AFP 2023 / JOHANNES EISELE Investidores na Bolsa de Valores de Xangai
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A queda nas bolsas mundiais provocou uma nova “guerra de nervos” entre Washington e Pequim nas vésperas da visita de Xi Jinping aos EUA.

As intenções da Reserva Federal de endurecer a sua política monetária em setembro causou a queda nos mercados de valores mundiais, informou Yao Yuidun, presidente do Instituto Financeiro do Banco Popular da China.

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Todos esperam que a taxa básica de juros seja aumentada e isso provoca uma flutuação descontrolada nos mercados. Esta opinião do perito foi publicada no jornal governamental China Daily. O endurecimento da política monetária pode provocar uma queda das cotações das ações estadunidenses. Depois disso, pode acontecer uma venda de ativos em massa em todo o mundo, o que pode levar a uma nova crise financeira, avisa o perito.

Esta não é a primeira acusação dos EUA por a China gerar uma incerteza no mercado global de valores. Na "segunda-feira negra", um pouco depois de mais uma queda que atingiu um recorde mínimo histórico nas bolsas de Xangai e Shenzhen, a agência oficial da China Xinhua informou que a queda histórica das cotações aconteceu por causa da influência da queda no mercado de fundos estadunidense.

Ao mesmo tempo, o porta-voz da Casa Branca Josh Earnest afirmou que a queda dos índices da bolsa também tem um aspeto político. Segundo Earnest, Pequim está freando a queda livre nas bolsas manipulando a economia chinesa de maneira artificial.

Segundo Nikita Maslennikov, perito do Instituto russo de Desenvolvimento Contemporâneo, a escalada de acusações mútuas e a politização do assunto entre a China e os EUA podem ser prevenidas. No tempo mais próximo, tudo vai depender das ações do Banco Popular da China e da Reserva Federal.

Segundo Maslennikov, "Tudo vai depender da certeza com a qual a China assinalará a sua política financeira. O mais importante neste aspecto é claramente indicar onde, como e quando vão ser realizadas as reformas estruturais do setor financeiro. A Reserva Federal dos EUA também pode mostrar mais clareza aos participantes dos mercados globais. O que é importante é entender se a Reserva Federal vai subir a taxa ou não. Pelo menos, os mercados vão se acalmar porque as ações do regulador principal vão ser claras. Se a Reserva Federal se conduzir deste modo é possível adivinhar as ações do Banco Popular da China e dos outros bancos centrais. A reunião do Comité para os mercados abertos da Reserva Federal vai ser realizada em 16 e 17 de setembro. Até lá é muito importante dar um sinal claro ao mundo financeiro global".

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Muitos esperam que, no próximo sábado, o vice-presidente da Reserva Federal, Stanley Fischer, esclareça a situação durante o seu discurso no simpósio econômico anual em Jackson Hole. Estes dois fluxos de informação poderão estabilizar a situação nos mercados. Se isso acontecer vamos ver uma correção de mercado tradicional, acha Nikita Maslennikov.

"Agora muitos peritos consideram que a probabilidade disso acontecer é de 50%. O Banco Popular da China pode adiar a prestação de informação. A Reserva Federal também pode adiar as suas explicações e ações. Pode acontecer uma falência de um instituto financeiro como aconteceu nas vésperas da crise de 2008, quando o banco estadunidense Lehman Brothers foi a bancarrota. Podemos dizer com alguma confiança que estamos no limiar de acontecimentos muito negativos para a economia global", afirma Maslennikov.

Acusando os EUA das flutuações nos mercados de fundos globais, a China responde de forma urgente à situação "em casa". São reduzidas as taxas de depósitos e de créditos e também do depósito compulsório dos bancos. Essas medidas devem estimular o mercado de liquidez. Sem isso o risco de uma nova queda nas Bolsas de Xangai e Shenzhen é muito alto.

Ao mesmo tempo, são endurecidas as medidas contra os especuladores e atividades fraudulentas. Oito funcionários de uma grande empresa de investimentos chinesa, a CITIC Securities, são suspeitos de "comércio dos valores ilegal". Como afirma a polícia, eles produziam e vendiam valores falsos e divulgavam informações erradas sobre contratos de futuros.

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