Milícias: Ucrânia prepara ofensiva em grande escala no Leste

© AP Photo / Yevgeny MaloletkaSoldado ucraniano guarda veículos armados na vila de Fedorivka, no leste da Ucrânia, em 27 de fevereiro de 2015
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A situação no Leste da Ucrânia piorou. Os bombardeios por parte do exército ucraniano contra Donetsk intensificaram-se nos últimos dias, enquanto há sinais de que Kiev pode começar uma ofensiva de grande escala.

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O vice-chefe do Estado-Maior do corpo da Milícia Popular da autoproclamada República Popular de Lugansk, Igor Yaschenko, disse à RIA Novosti que o lado ucraniano pode estar preparando uma ofensiva:

“Kiev está preparando uma fase aguda [da operação especial] que pretende terminar até outubro visto que os soldados ucranianos não aprenderam ainda a combater no outono com as estradas cheias de lama”.

Segundo Yaschenko, Kiev irá usar nos combates as unidades preparadas enquanto os Acordos de Minsk estejam em vigor, que podem causar muitos problemas às milícias. 

O ministro do Exterior da Rússia Sergei Lavrov manifestou por sua vez a sua preocupação com a situação em Donbass, que parece uma preparação para hostilidades de grande escala.  

“Preocupa-nos a situação nas frentes, agora podemos falar não da linha do contato, mas sim de frentes /de combate/, infelizmente”, disse Lavrov durante a coletiva de imprensa com o seu homólogo iraniano Javad Zarif. 

O chanceler russo lembrou que os lados estavam se preparando há muito tempo para assinar os acordos de retirada de armas de calibre inferior a100 milímetros e sobre a desmilitarização de Shirokino, o que podia contribuir para a redução de tensão, mas isto não aconteceu por causa da posição de Kiev. 

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Enquanto isso, os bombardeios da autoproclamada República Popular de Donetsk intensificam-se. Assim, o vice-chefe do exército da república autoproclamada declarou nesta segunda-feira (17) que, na sequência dos bombardeios realizados pelo exército ucraniano nas últimas 24 horas, morreram cinco pessoas e mais 14 ficaram feridas.   

A Agência de Noticiais de Donetsk também informou nesta segunda-feira, alegando o Ministério da Defesa da República Popular de Donetsk, que os militares ucranianos dispararam 1009 projéteis e granadas de morteiro e violaram 77 vezes o regime de cessar-fogo.  

O historiador e jornalista Laurent Brayard comentou à Sputnik, a partir de Donetsk, o agravamento da situação no Leste da Ucrânia:

“Eu estou aqui (em Donetsk) por cerca de um mês e posso dizer que durante os últimos quatro ou cinco dias os bombardeios foram intensificados. Devo acrescentar que os ataques são realizados usando artilharia e sistemas de mísseis de grande calibre, de 152 e 200 milímetros. O centro da cidade está sob fogo. […] Eu fui testemunha dos bombardeios. A tensão parece aumentar, bem como o número de vítimas, que cresce cada dia”. 

Kiev está realizando, desde meados de abril, uma operação militar para esmagar os independentistas no leste da Ucrânia, que não reconhecem a legitimidade das novas autoridades ucranianas, chegadas ao poder em resultado do golpe de Estado que teve lugar em fevereiro de 2014 em Kiev. 

Desde 9 de janeiro, a intensidade dos bombardeios na região aumentou, bem como o número de vítimas do conflito. Isto fez regressar ambas as partes às negociações. O novo acordo de paz, firmado em Minsk entre os líderes da Rússia, da Ucrânia, da França e da Alemanha inclui um cessar-fogo global no leste da Ucrânia, retirada das armas pesadas da linha de contato entre os dois lados, assim como uma reforma constitucional com a entrada em vigor até o final do ano de 2015 de uma nova Constituição, com a descentralização como elemento-chave.

Apesar da trégua, confrontos locais, inclusive com uso de armas pesadas proibidas pelos acordos, continuam. Um Grupo de Contato trilateral (Rússia, Ucrânia e OSCE) está encarregado de buscar uma solução para a crise.

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