60 imigrantes estão desaparecidos no Mediterrâneo

© AP Photo / Carmelo ImbesiSobreviventes de um naufrágio no Mediterrâneo.
Sobreviventes de um naufrágio no Mediterrâneo. - Sputnik Brasil
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A Organização Internacional para as Migrações (OIM) informou nesta quarta-feira (12) que cerca de 60 pessoas estão desaparecidas no mar Mediterrâneo ao largo da Líbia.

A notícia foi divulgada após a organização entrevistar sobreviventes resgatados de uma embarcação. Dezenas de migrantes estavam a bordo de uma embarcação de borracha danificada, depois de ser descoberto por um helicóptero da Marinha.

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Segundo a OIM, cinquenta e quatro migrantes foram levados para a Ilha de Lampedusa, mas de acordo com testemunhos dos sobreviventes, a embarcação havia partido com cerca de 117 a 120 pessoas a bordo, todos subsaarianos. Mais de 30 passageiros eram mulheres, mas não havia crianças.

Na última segunda-feira (10) mais de 1.550 imigrantes a bordo de sete embarcações foram resgatados no Mediterrâneo ao largo da Líbia. 

A ininterrupta sequencia de relatos de tragédias por conta das perigosas travessias realizadas por migrantes no Mediterrâneo revela um grave problema humanitário que aparenta receber descaso das potências europeias. 

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No mês passado, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) divulgou um documento mostrando que o número de refugiados e imigrantes que chegaram à Europa entre janeiro e julho de 2015 cresceu 80% em relação ao mesmo período do ano anterior. A maioria deles teria atravessado o Mediterrâneo em direção à Itália e à Grécia.

O número de líbios que deixam o país por conta dos problemas internos aumentou significativamente após a OTAN liderar uma missão para destituir Muammar Khaddafi do poder. Isto provocou uma grave crise humanitária, social e política na Europa que recebeu 170 mil refugiados que partiram da Líbia somente em 2014, antes portanto do grande boom no fluxo de pessoas que atravessam o Mediterrâneo.

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Vale notar que são justamente as lideranças europeias que intervieram em países no Oriente Médio, em particular na Líbia, no apoio à derrubada do governo de Muammar al-Gaddafi em 2011. Na Síria, o apoio do Ocidente às forças de oposição no país para derrubar o presidente Bashar Assad levou à emergência do Estado Islâmico, considerado o grupo terrorista de maior ameaça à segurança internacional. 

Até os dias de hoje a situação política interna nestes países é instável e gera grandes deslocamentos de pessoas que buscam imigrar para a Europa. Agora, a Europa não sabe resolver a situação das constantes tragédias que envolvem as travessias arriscadas pelo Mediterrâneo.     

 

 

 

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