Grécia e Portugal fazem cair ranking da UE

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A agência internacional de classificação de riscos Standard & Poor's (S&P) baixou o ranking supranacional da União Europeia, de estável para negativo.

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Segundo o site oficial da agência, a mudança foi provocada pela situação na Grécia e a pressão sofrida pelas economias-contribuintes da França e do Reino Unido, que juntamente constituem 31% do PIB da União Europeia e cerca de 39% das contribuições orçamentais da UE.

O economista francês Pascal Salin declarou à Sputnik que não ficou surpreendido com a notícia, mas pôs em questão a decisão de avaliar a situação em toda a Europa:

“Parece-me duvidoso criar um ranking para toda a União Europeia, porque dentro dela existe a grande variedade de situações. É bastante legítimo avaliar possibilidades de um país de pagar a dívida, mas acho duvidoso fazer o mesmo em relação a toda a União Europeia.”

Enquanto isso, a S&P reafirmou os ratings de emissor e de dívida de longo prazo AA+ e de curto prazo A-1+. O site da agência divulgou:

“Os mecanismos de financiamento da UE são sofisticados. Os seus passivos ultrapassam substancialmente os ativos (em €58 bilhões nos finais de 2014).”

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Grécia e Portugal fazem cair ranking da UE

A S&P explicou que o Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia prevê a obrigação de todos os países-membros de pagar as dívidas (artigos 310.1 e 320). As conclusões da agência tiveram em conta as dívidas de tais países como a Grécia, que enfrenta a moratória e Portugal, juntamente com a Irlanda, países nos quais 78% dos empréstimos concedidos tiveram origem na UE.

“O pressuposto básico — a prioridade de pagamentos da dívida face aos gastos correntes – é a chave para ser considerado no ranking.”

Pascal Salin avaliando a situação com o ranking e com a economia europeia em geral, disse:

"Acho que no início da integração europeia foi cometido um erro – o desejo de criar uma nação europeia. Acho que seria melhor garantir a liberdade de comércio entre os países europeus, mas com os estrangeiros também. Ao mesmo tempo, manter em cada país órgãos de poder com a sua própria política monetária e econômica."

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A situação na economia europeia continua tensa ao mesmo tempo em que os EUA continuam tentando fechar o controverso Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP) com a União Europeia. O acordo em questão tem por objetivo intensificar o comércio por meio de redução dos gastos, quotas tarifárias e abertura de novos mercados. Mas, com o comércio diário entre as partes de US $2.3 bilhões e a possibilidade de as empresas multinacionais terem mais controle do que os governos, a proposta enfrenta muitas críticas.

Axel Berger, economista, pesquisador do Instituto alemão de Política do Desenvolvimento, comentou o assunto à Sputnik:

“O tratado pode ter consequências positivas bem como negativas. Se entre a UE e os EUA forem estabelecidos impostos baixos, poderá acontecer o efeito de economias desiguais. Isso significa que a economia de um país que não assinou o tratado e que faz fronteira com um país-membro da união aduaneira, poderá sofrer danos. O que, por seu turno, poderá levar outros países-membros da união a fazer mais comércio entre si e menos – com outros países.”

Entenda a legislação europeia: extratos do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia

310.1

Todas as receitas e despesas da União devem ser objeto de previsões para cada exercício orçamental e ser inscritas no orçamento.
O orçamento atual da União é elaborado pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho, nos termos do artigo 314.
As receitas e as despesas previstas devem estar equilibradas.

320

O Parlamento Europeu, o Conselho e a Comissão velam pela disponibilidade dos meios financeiros necessários para permitir que a União cumpra as suas obrigações jurídicas para com terceiros.

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