Obama na Etiópia: Presidente é acusado de hipocrisia por ativistas dos direitos humanos

© REUTERS / Tiksa NegeriPresidente dos EUA, Barack Obama, em cerimônia de recepção no Palácio Nacional de Adis Abeba, capital da Etiópia, em 27 de julho de 2015
Presidente dos EUA, Barack Obama, em cerimônia de recepção no Palácio Nacional de Adis Abeba, capital da Etiópia, em 27 de julho de 2015 - Sputnik Brasil
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O presidente dos EUA, Barack Obama, tem sido acusado de hipocrisia pela escolha da Etiópia no itinerário de sua única visita oficial à África, apesar das preocupações que grupos internacionais têm manifestado a respeito dos direitos humanos no país.

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Depois de passar dois dias no Quênia, Obama chegou à capital etíope no domingo (26), onde foi recebido pelo primeiro-ministro da Etiópia, Hailemariam Desalegn, que assumiu o cargo em 2012.

O governo etíope é um aliado estratégico fundamental na "guerra contra o terrorismo” patrocinada pelos EUA e mantém com Washington estreitos laços na área de segurança. O país mantém milhares de soldados na vizinha Somália, que juntamente com o Quênia, enfrentam os extremistas islâmicos do Al-Shabaab, grupo vinculado à Al-Qaeda.

Neste contexto, a Etiópia introduziu uma legislação chamada Proclamação Antiterrorismo, que a organização de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) afirma estar sendo usada pelo governo para atingir adversários políticos.

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De acordo com um relatório da HRW sobre crimes de guerra na Etiópia, "desde meados de 2007, milhares de pessoas fugiram, procurando refúgio na vizinha Somália e no Quênia dos ataques militares etíopes generalizados contra civis e aldeias, que equivalem a crimes de guerra e crimes contra a humanidade”.

Em uma carta aberta destinada ao secretário de Estado dos EUA John Kerry em 2013, publicada pela organização Genocidewatch.org, o ex-embaixador etíope Imru Zelleke escreveu:

"A Etiópia é um importante aliado dos EUA na região do Chifre da África e, no entanto, os EUA não parecem estar preocupados com as violações flagrantes dos direitos humanos, com a governança sem lei e com a corrupção não mitigada do regime em Adis Abeba".

"A interferência flagrante do regime, em assuntos religiosos tanto cristãos quanto muçulmanos, criou fendas e contendas entre as comunidades religiosas".

"No passado, o regime se vangloriava de ter quebrado a espinha do cristianismo ortodoxo com um terrorismo similar contra civis inocentes; neste momento, sob o pretexto de uma atividade terrorista não comprovada, [o regime] está conduzindo indiscriminadamente a mais vil campanha de terror, prisões em massa, assassinatos e torturas contra a comunidade muçulmana na Etiópia", destcou Zelleke.

Ativistas de direitos humanos da Anistia Internacional também expressaram suas reservas sobre a visita de Obama ao país africano.

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"Nós não queremos que esta visita seja usada para higienizar uma administração que tem sido reconhecida por violar os direitos humanos", disse o porta-voz da organização, Abdullahi Halakhe, advertindo que a visita seria usada pela administração Obama como evidência de apoio internacional à política externa de Washington.

Apesar das críticas, Obama elogiou a Etiópia como um "excelente parceiro" na luta contra o extremismo islâmico, durante entrevista coletiva conjunta realizada com o primeiro-ministro etíope nesta segunda-feira (27).

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