Presidente do Quirguistão denuncia tentativas dos EUA de criar caos controlado no país

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Apoiantes da oposição na frente da sede do governo do Quirguistão, em Bishkek - Sputnik Brasil
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O presidente quirguiz Almazbek Atambaev opina que a decisão do Departamento do Estado de atribuir o prêmio “Defensor dos Direitos Humanos” ao cidadão do Quirguistão Azimzhan Askarov, condenado no país pela organização de tumultos, é uma tentativa de criar um caos controlado neste país da Ásia Central.

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Em 2010, Askarov foi condenado à prisão perpétua por incitação ao ódio racial e homicídio.

Segundo a opinião de Atambaev, a decisão do Departamento do Estado dos EUA parece visar a inflamação de confrontos étnicos. “Eu não quero que uma desgraça parecida se repita e estou descontente com as tentativas de criar o caos controlado aqui”, diz ele citado pelo canal televisivo RT. 

O presidente quirguiz manifestou apoio à decisão do governo de anular o acordo com os EUA de 1993 sobre a cooperação que previa a entrada com isenção de taxas no território quirguiz de mercadorias para a realização de vários programas americanos. 

Além disso, Atambaev criticou a atividade de agentes estrangeiros no país, ou seja, de ONGs financiadas a partir do estrangeiro:

“Tenho a certeza que há agentes estrangeiros no Estado – pessoas que recebem dinheiro de países estrangeiros e obedecem às suas ordens. A tarefa deles é desestabilizar a situação. Só faltava isso!”, disse na sexta (27) conversando com jornalistas. 

A situação foi comentada à Sputnik por Yury Shevtsov, cientista político e diretor do Centro de Problemas de Integração Europeia:

“Parece que a condecoração de Askarov foi a última gota… Esta decisão da diplomacia americana parece provocação. No melhor dos casos é um erro, mas parece que é um jogo de ataque “. 

“Durante os últimos 20 anos se estabeleceram no Quirguistão diversas ONGs americanas e financiadas pelos EUA e, com base nelas, os EUA operam em toda a região. Por isso, o Quirguistão tem uma posição especial”, continua ele.  

Lembramos que um uzbeque étnico, Azimzhan Askarov, foi condenado à prisão perpétua no Quirguistão pela incitação ao ódio por razões étnicas e assassinato de um policial durante os confrontos étnicos no sul do país em 2010. 

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É de notar que, em uma cerimônia solene no dia 20 de Julho, o presidente do Quirguistão, Almazbek Atambaev, pôs fim ao acordo com os EUA sobre a presença estadunidense no aeroporto de Manas, em Bishkek, capital quirguiz.

A base servia para o estacionamento das forças do Pentágono e deslocamento de material bélico e soldados para o Afeganistão, no quadro da operação Liberdade Duradoura (Enduring Freedom).

A primeira advertência aconteceu quando, em 28 de março, os aviões trouxeram sete contêineres com peso superior a 78 toneladas, enquanto no dia 30 de março foi feita a entrega de cinco contêineres com um peso total de, aproximadamente, 74 toneladas, informou o jornal Delo No. O diário acrescentou que a carga tinha o status de "correio diplomático" e foi acompanhada por várias pessoas e aceita por pelo menos 14 funcionários da Embaixada dos EUA em Bishkek. Os diplomatas norte-americanos se recusaram a comentar o conteúdo da carga misteriosa.

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