Chefe da Sputnik Turquia opina que EI se torna problema interno do país

© AFP 2023 / BULENT KILIC / Acessar o banco de imagensFronteira entre Akçakale, na Turquia, e Tel Abyad, na Síria
Fronteira entre Akçakale, na Turquia, e Tel Abyad, na Síria - Sputnik Brasil
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O chefe do departamento turco da agência Sputnik, Tural Kerimov, que neste momento está na Turquia e pode observar os acontecimentos do local, comentou a situação sobre a “nova realidade” turca.

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Durante os últimos anos o país exercia o papel imposto pelo Ocidente de lugar de trânsito de militantes para as forças antigovernamentais na Síria.

Na sequência os que chegaram à Síria sob placa de oposição síria, criaram a mais poderosa organização terrorista do mundo. As autoridades turcas tinham cada vez mais problemas com a identificação dos recém-chegados – quem é terrorista e quem é oposicionista.

Neste momento acontece o que os especialistas locais chamam de “paquistanização”. Isto significa que prestando serviços de transporte e logística aos militantes, o país de trânsito enfrenta a situação quando estes próprios militantes começam a ameaçar este país. 

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A situação é ainda agravada pela incerteza na área da política local porque não se consegue formar um novo governo. Isto, por sua vez, dificulta a aprovação de medidas importantes. 

As forças de segurança tentam implementar medidas preventivas, nas o número de estrangeiros que chegaram à Turquia por causa da situação em Síria já alcançou alguns milhões. Isto dificulta a identificação e busca de terroristas potenciais. 

Dentro da própria Turquia nos últimos meses são cada vez mais fortes as vozes dos que apelam para estabelecer cooperação com o governo sírio e em conjunto começar a luta contra todas as organizações terroristas que estão agora na Síria. É de notar que as maiorias dos apelos são por parte dos ex-comandantes de alta escala do exército turco. 

O governo turco declarou várias vezes que irá programar todas as medidas para impedir a passagem ao território do país de quaisquer militantes potenciais. Porém, após alguns anos de transito com um objetivo certo financiado e organizado pelos países do Ocidente e monarquias do golfo Pérsico, será bastante difícil sair do jogo. 

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É óbvio que a ausência de política definida em relação à solução da crise síria tanto por parte da Turquia quanto por parte dos seus aliados que em maioria dos casos perseguem objetivos diferentes, será bastante difícil fazer passos efetivos. No contexto da continuação de aprofundamento da crise no país vizinho, um fluxo interminável de refugiados e militantes, observa-se uma radicalização de algumas camadas da sociedade turca.  

Assim, há cada vez mais adeptos do EI e outros radicais. Este fato é confirmado pela operação de limpeza realizada em todas as partes do país na noite para o dia 24 de julho por cerca de 7 mil policiais. 

Os especialistas turcos chegam a uma conclusão que o problema sírio e o problema do Estado Islâmico se torna para a Turquia de um problema regional num problema interno.

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