EUA admitem que treinaram apenas 60 sírios para lutar contra Estado Islâmico

© REUTERS / Jonathan Ernst/FilesSecretário de Defesa dos EUA, Ashton Carter
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Os Estados Unidos durante dois meses prepararam na Síria apenas 60 combatentes da oposição para lutar com o grupo radical Estado Islâmico.

“Até 3 de julho foram preparados 60 combatentes. Esse número é muito menor do que esperávamos. Em parte, isso aconteceu devido ao processo de verificação dos soldados futuros”, disse Carter nas audições no Senado.

Ele disse que agora cerca de 7 mil voluntários passam testes conforme os padrões americanos, incluindo a verificação pelos serviços da inteligência.  Isso é necessário para “ter certeza que eles estão prontos para lutar contra o EI”, explicou Carter. 

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Em fevereiro o Pentágono anunciou que tinha assinado acordos com a Turquia e com a Jordânia prevendo a construção de instalações para treinar e equipar combatentes oposicionistas na Síria. Os responsáveis do Departamento da Defesa disseram que cerca de 1.200 combatentes da oposição síria foram identificados como potenciais candidatos para o treinamento. O programa prevê a preparação de mais de 5 mil combatentes anualmente durante três anos. Em junho, a Secretaria americana da Defesa já declarou que a preparação dos combatentes da oposição síria está sendo lenta.

Os EUA esperam que os combatentes treinados voltem para casa para defender suas cidades e aldeias do Estado Islâmico, porém permanecem preocupações de que os combatentes possam usar as novas competências para lutar contra as forças governamentais ou se juntar às fileiras de grupos terroristas.

O especialista em questões islâmicas Georgy Engelgardt contou para a Sputnik como várias tentativas preparar combatentes locais (por exemplo, no Iraque) falharam. 

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“Os americanos se deparam com o seguinte: eles podem preparar as pessoas, mas não podem controlar sua ideologia. O fato é que os americanos compreendem bastante mal o difícil contexto local e os seus objetivos estão sempre muito longe de quaisquer metas dos grupos étnico-políticos locais que têm o verdadeiro poder. Qualquer grupo local sente que ele é usado e paga com a mesma moeda. Eles [os grupos] usam as novas capacidades técnicas para atingir seus objetivos. Eles não se importam com o que os americanos possam querer deles”, explicou o especialista.

A experiência tem mostrado que alianças entre os grupos locais são mais sucedidas e mais úteis do que ajuda americana. Por exemplo, na semana passada o exército sírio, com a participação de combatentes do movimento libanês Hezbollah, tomou a estrategicamente importante cidade de Zabadani.

Hoje o president do Canselho dos turcomenos da Síria, Abdurrahman Mustafa, em entrevista à Sputnik disse que foi decidido criar o exército turcomeno para lutar contra EI em conjunto com o Exército Sírio Livre (esta cooperação já foi experimentada). 

“Nós atemos as posições defensivas, por isso, vamos lutar apenas contra forças que querem invadir nosso território”, disse Mustafa.

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