Coalizões antiterroristas não combatem o terrorismo

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Nikolai Patrushev durante um encontro com Vladimir Putin. Foto de arquivo - Sputnik Brasil
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As coalizões antiterroristas organizadas pelo Ocidente não fazem o trabalho que declaram fazer, disse o secretário do Conselho de Segurança da Federação da Rússia, Nikolai Patrushev.

Em entrevista ao jornal Kommersant, ele admitiu que os EUA apelam a comunidade internacional a se consolidar na luta contra o terrorismo. Mas resulta que a declarada luta contra o terrorismo vira intervenção descarada nos assuntos internos de um país.

"Tal roteiro é observado, por exemplo, na Síria, onde as forças da oposição recebiam apoio nas suas tentativas de derrubar o presidente legítimo Bashar Assad. É por isso que os ataques contra as posições do Estado Islâmico lá são periódicos. Veja o que resulta: se terroristas combatem contra Assad, podem até ser considerados como legítimos, mas se com as suas ações eles prejudicam os interesses norte-americanos — por exemplo, no Iraque, — devem ser eliminados. Partindo somente dos seus interesses, eles determinam com qual grupo terrorista é admissível negociar e com qual é proibido", frisou Patrushev.

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Na entrevista, ele reconheceu que o terrorismo é "uma das maiores ameaças" ao mundo contemporâneo. E não só para o Oriente Médio, onde os grupos Estado Islâmico, al-Qaeda e Taliban estão atuando, mas também para o resto do mundo, onde os ex-combatentes chegam de volta para fazer parte de "células dormentes", que podem ser acionadas a qualquer momento para organizar atentados e ataques nos respectivos países.

Os grupos terroristas não cessam de perpetrar atos horrendos no Oriente Médio.

No domingo, soube-se que o Estado Islâmico minou a parte histórica da cidade síria de Palmira, um dos sítios arquitetônicos mais importantes da região. Pensa-se que o objetivo dos terroristas seja a destruição completa desta cidade, já houve precedentes com assaltos a museus e destruição de patrimônio histórico e cultural.

Palmira é reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Mas além disso, é um centro logístico importante.

Nesta segunda-feira, a câmara baixa do parlamento do Afeganistão, Wolosi Jirga, foi alvo de um ataque com nove explosões e intenso tiroteio. Segundo a versão preliminar, o movimento Taliban pode ter sido o responsável por esta ação, porém ainda não há confirmação oficial disso.

© AFP 2023 / WAKIL KOHSARPolicial afegão observa resgatistas trabalhando no local de uma explosão no parlamento em Cabul
Policial afegão observa resgatistas trabalhando no local de uma explosão no parlamento em Cabul - Sputnik Brasil
Policial afegão observa resgatistas trabalhando no local de uma explosão no parlamento em Cabul

Mais cedo nesta segunda, o Taliban tomou completamente o controle do distrito de Dasht-e Archi, na fronteira com o Tajiquistão. Segundo a versão principal, o local foi disputado entre o Taliban e o Estado Islâmico, dois movimentos extremistas que em maio anunciaram jihad um ao outro.

Ataques acontecem também no Iraque e na Síria, sem que a ajuda estadunidense seja visível. Na semana passada, o chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, Martin Dempsey, declarou que só iria aplicar maiores esforços no combate ao Estado Islâmico no Iraque se o grupo terrorista ameaçar diretamente aos EUA.

Com tal posicionamento, é até difícil para uma coalizão antiterrorista combater o terrorismo.

Nesta semana, Nikolai Patrushev vai para a cidade de Ulan-Udé, na Sibéria, para participar de um encontro internacional entre responsáveis pela segurança. Representantes de 70 países do mundo também participarão da conferência.

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