Congresso americano planeja fornecer armas letais ao exército da Ucrânia

© AP Photo / Efrem LukatskyPyotr Poroshenko, presidente da Ucrânia, ao lado de Humvees blindados americanos no aeroporto Boryspil, Kiev, Ucrânia
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Nesta quinta-feira o Congresso americano aprovou uma lei sobre a defesa nacional que se chama Lei da Autorização da Defesa Nacional (The National Defense Authorization Act, NDAA na sigla em inglês) de 612 bilhões de dólares para financiar as Forças Armadas que também inclui as despesas de 300 milhões de dólares para apoiar o exército ucraniano.

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Segundo o documento, o Pentágono em coordenação com o Departamento do Estado dos EUA pode gastar até 300 milhões de dólares no treinamento, apoio logístico e equipamento militar, inclusive armas letais como armas ligeiras e lançadores de granadas, para as Forças Armadas da Ucrânia.

A alteração orçamental foi proposta pelo senador republicano Rob Portman. A vontade do Partido Republicano de apoiar o exército ucraniano com armas letais não é uma novidade. Por exemplo, anteriormente nesta semana o senador republicano John McCain disse:

“Deixe-me dizer que um dos capítulos mais vergonhosos da história americana é a impossibilidade de fornecer armas à Ucrânia para esta se defender”.

“Os ucranianos não pedem aos soldados norte-americanos que entrem no seu território, eles só pedem armas para se defenderem”, acrescentou McCain esquecendo que o apoio americano aos grupos radicais na Síria segundo alguns relatos levou à criação do Estado Islâmico.

Anteriormente a Casa Branca avisou que pode vetar a alteração porque não partilha a ideia de enviar armas letais à Ucrânia. Muitos países europeus também opõem-se a esta ideia.

O plano de fornecer armamentos letais a Kiev já provocou críticas tanto nos EUA com no estrangeiro. Por exemplo, o cientista político Rajan Menon no seu artigo na revista The National Interest opina que “o conflito ucraniano não pode ser resolvido por meios militares; isto só o fará ainda mais perigoso e difícil a controlar”.

“O ato de armar a Ucrânia irá somente fomentar as tensões entre o Ocidente e a Rússia, conduzindo os EUA num conflito que eles não querem e não devem querer”, opina o analista.

Além disso, o deputado da Duma Estatal russa (câmara baixa do parlamento) disse aos jornalistas nesta sexta-feira (19) que a decisão de fornecer armas letais à Ucrânia mina os princípios fundamentais dos Acordos de Minsk. 

Kiev está realizando, desde meados de abril, uma operação militar para esmagar os independentistas no leste da Ucrânia, que não reconhecem a legitimidade das novas autoridades ucranianas, chegadas ao poder em resultado do golpe de Estado ocorrido em fevereiro de 2014 em Kiev. Segundo os últimos dados da ONU, mais de seis mil civis já foram vítimas deste conflito.

Desde 9 de janeiro, a intensidade dos bombardeios na região aumentou, bem como o número de vítimas do conflito. Isto fez regressar ambas as partes às negociações. O novo acordo de paz, firmado em Minsk entre os líderes da Rússia, da Ucrânia, da França e da Alemanha inclui um cessar-fogo global no leste da Ucrânia, retirada das armas pesadas da linha de contato entre os dois lados, assim como uma reforma constitucional com a entrada em vigor até o final do ano de 2015 de uma nova Constituição, com a descentralização como elemento-chave.

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