Presidente do Equador: América Latina deve ser um bloco unido

© AFP 2023 / JOHN THYSRafael Correa, Evo Morales, François Hollande, Dilma Rousseff na cúpula UE-CELAC
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O presidente do Equador, Rafael Correa, concedeu uma entrevista à RT nas margens da cúpula UE-CELAC (União Europeia e Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) em Bruxelas.

Segundo Correa, tais reuniões entre blocos de Estados sempre são muito produtivas:

“O mundo do futuro é o mundo composto por blocos. É por isso que a América Latina tem que cumprir o dever de se reforçar como bloco unido. E um exemplo de unidade pode ser a União Europeia, que após vários conflitos, dezenas de bilhões de vítimas, longa inimizade, consegue  ultrapassar as divergências graças à vontade política.”

O presidente do Equador é agora presidente temporário da CELAC. Segundo ele, as principais áreas de trabalho são a educação, ciência e tecnologia:

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“No atual nível de desenvolvimento da região, e esse nível é médio, nós já não precisamos de esmolas, parceria desordenada, escola ali, um centro médico aí, estrada de terra lá. Precisamos desenvolver o talento das pessoas, melhorar as nossas universidades, intercâmbio de estudantes e bolsas de estudo… (o que, a propósito, já foi realizado na cúpula), bem como intercâmbio de realizações científicas e tecnologias.”

O presidente do Equador recordou a frase, que, segundo ele, Lula disse durante a cúpula de UNASUL em Guiana cinco anos atrás:

"Hoje a América Latina pode falar de cabeça erguida."

Quer dizer, outras regiões já prestam atenção à América Latina.

"Eu acho que a América Latina do século XXI é muito diferente. É preciso fazer muito, nós podemos perder muito, mas nunca voltaremos ao passado. Agora esta é a América Latina nova, que está procurando a integração, unidade, que tem peso no mundo e a sua opinião e, como eu sempre digo ao meu povo, o mais importante é que nós restabelecemos a confiança em nossas capacidades", disse.

Correa também sublinhou a importância da mídia alternativa e comentou a abordagem da política externa imperialista dos EUA.

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Ele acredita que, para alcançar os seus objetivos, os EUA realizam golpes de Estado em outros países, mas os seus métodos mudaram ao longo do tempo:

"Agora apareceu uma nova estratégia. Já não se trata de um golpe de Estado básico, agora trazem a população às ruas, privam o governo de legitimidade, dizendo que ele alegadamente viola os direitos humanos, enchem as prisões de políticos da oposição, jornalistas, etc. <…> Eles provocam o descontentamento do povo, e provavelmente o medo também. Finalmente, as pessoas ficam cansadas disso, porque todos nós somos pessoas normais. E finalmente, o povo diz ‘bem, eu gosto do governo de Maduro, Correa, Evo Morales, Cristina Fernández de Kirchner, mas sim, a controvérsia é demais, o barulho é demais.’ Esta é a estratégia."

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