Governo iemenita no exílio mina processo de paz no seu próprio país

© AFP 2023 / SALEH AL-OBEIDITanque destruído durante o conflito no Iêmen.
Tanque destruído durante o conflito no Iêmen. - Sputnik Brasil
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As negociações sobre o processo de pacificação do Iêmen estão ameaçadas pela atitude de uma das partes.

O presidente do Iêmen, Abd Rabbuh Mansour Hadi, que está exilado na Arábia Saudita desde finais de março, anunciou que não consentirá em negociações até que os rebeldes houthis deponham as armas. Portanto, a coalizão árabe poderá continuar os ataques aéreos contra o país vizinho.

Segundo uma fonte das Nações Unidas, referida pela al-Jazeera, as conversações, que deveriam começar na quinta-feira da semana em curso, já foram adiadas.

"Posso confirmar que as negociações foram adiadas", disse a fonte.

A posição do presidente iemenita exiliado foi comunicada ao enviado especial da ONU ao Iêmen, Ismail Ould Cheikh Ahmed.

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De acordo com Hadi, o cessar-fogo unilateral por parte dos houthis é a exigência principal da resolução 2216 das Nações Unidas. Porém, nada se diz sobre o eventual fim dos golpes por parte da coalizão.

Atualmente, a Arábia Saudita, junto com o Bahrein, Catar, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Egito, Jordânia, Marrocos, Paquistão e Sudão, está realizando a operação chamada "Restaurando a Esperança", que é, desde 21 de abril, o nome oficial da intervenção militar no Iêmen, que começou em finais de março.

As autoridades sauditas responderam aos vários pedidos de trégua e propostas mais ou menos concretas de paz com ameaças de ingerência nos assuntos regionais e com declarações de que os ataques não iriam parar até que os rebeldes, partidários do ex-presidente Ali Abdullah Saleh (1990-2012), cessem de combater.

Porém, tanto os próprios houthis, como os observadores internacionais, duvidam que haja cessar-fogo em resposta por parte da coalizão.

Os houthis são um grupo rebelde de orientação muçulmana xiita. No entanto, os países árabes que formam parte da coalizão são, na sua maioria, sunitas. É provável que as tentativas de sabotagem do processo de paz sejam fruto desta divergência de cunho religioso. O Irã, que também tentou várias vezes apresentar as suas propostas de pacificação, rejeitadas pelo governo do Iêmen no exílio, é também xiita.

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