"Se as sanções unilaterais, que nunca foram legítimas e são claramente contraproducentes, não forem renovadas pela União Europeia, nós obviamente daremos continuidade a nossa cooperação, mas dessa vez com a necessidade de avaliar a confiabilidade dos nossos parceiros" – disse Lavrov em entrevista coletiva que se seguiu ao encontro com seu colega de pasta austríaco Sebastian Kurz.
"Isso está sendo dito por aqueles que nos convidavam para o mundo do livre mercado e pediam para que não interferíssemos nos mecanismos do seu funcionamento" — acrescentou.
Lavrov disse que quaisquer problemas nas relações entre Rússia e UE podem ser resolvidos com base nos princípios de igualdade e respeito dos interesses nacionais de cada país.
"Nós trocamos opiniões sobre as perspectivas das relações entre a Rússia e União Europeia. Partimos do pressuposto de que a política não deve interferir na economia e as relações devem se desenvolver com base no bom entendimento de interesses nacionais naturais dos países participantes. Tais abordagens são partilhadas por muitos políticos na Europa, incluindo a Áustria".
O ministro destacou ainda que a Rússia foi forçada a se tornar auto-suficiente ao máximo nos setores que foram comprometidos pelas sanções do Ocidente.
Ele explicou não tratar-se de isolamento, nem de uma tentativa de ingressar numa autarquia, mas de uma necessidade forçada.
As relações entre a Rússia e o Ocidente deterioraram-se por conta da situação na Ucrânia. Em julho do ano passado, a UE e os Estados Unidos aplicaram sanções pontuais contra certos indivíduos e empresas da Rússia. Em seguida, foram implementadas medidas restritivas setores inteiros da economia russa. Em resposta, a Rússia restringiu a importação de produtos alimentares de países que impuseram as sanções. Moscou tem afirmado repetidamente que não tem interferência no conflito interno ucraniano e possui interesse na resolução pacífica do confronto.