Em declaração conjunta após a reunião entre os chefes de Estado, os dois países determinaram o estabelecimento de uma parceria estratégica global russo-argentina. Anteriormente, o assessor presidencial russo Yuri Ushakov disse que o documento leva as relações entre os dois países a um novo nível.
Os acordos bilaterais entre as partes estabelecem uma cooperação bilateral nas áreas comercial e técnico-militares, investimento, energia, cultura, turismo, entre outros. Além disso, Putin e Kirchner abordaram questões-chave da política internacional, incluindo a situação na Ucrânia, a cooperação no âmbito do G20 e das Nações Unidas, bem como questões de cooperação bilateral no energia e setor econômico.Destacam-se também os acordos sobre a construção de uma usina nuclear da empresa russa Rosatom na Argentina; um memorando de cooperação entre a petroleira russa Gazprom e a companhia nacional de petróleo da Argentina; o programa de cooperação no domínio da cultura e da arte entre os ministérios da cultura da Rússia e da Argentina no períodos 2016- 2018, entre outros documentos nas áreas da agricultura, defesa, meio-ambiente, comunicações e cooperação comercial.
A presidente do Instituto Nacional de Cinema e Artes Audiovisuais da Argentina, Lucrecia Cardoso, disse acreditar que esta visita tem um grande potencial para a integração das culturas dos dois países. Segundo ela, "em primeiro lugar, esta visita está relacionada com o 130º aniversário do estabelecimento das relações culturais entre a Rússia e Argentina. E isso diz muito".
"Pretendemos reforçar a nossa cooperação em áreas existentes. Em maio está agendado um encontro no Festival de Cannes, e em junho no festival de Moscou também será exibido o cinema argentino. Nossos países têm muito em comum. E após a assinatura de novos acordos relações entre os dois países será reforçada ainda mais", destacou a presidente do Instituto Nacional de Cinema e Artes Audiovisuais da Argentina.
O professor de Relações Internacionais da ESPM-Sul e ex-diretor do BRICS Policy Center, Fabiano Mielniczuk, disse em entrevista à agência Sputnik Brasil que a visita da Presidente Kirchner e a busca de alianças com a Rússia têm a intenção de irritar os EUA e o Reino Unido, até porque o encontro tem também uma conotação militar. Segundo ele, “está sendo negociada, da parte do Governo argentino, a compra de caças Su-24 produzidos pela Rússia, e isso ameaça bastante a posição do controle das Ilhas Malvinas, ou Ilhas Falkland, como as chamam os britânicos”.Da parte do Governo russo, Fabiano Mielniczuk acredita que exista o interesse em reforçar a parceria com países maiores da América Latina, como a Argentina. “As maiores parcerias com a Rússia eram com países de porte menor, como a própria Cuba, a Nicarágua e a Venezuela. Agora, além do bloco BRICS e de uma grande parceria com o Brasil em várias áreas, há a possibilidade de aproximação com um país como a Argentina, criando um fortalecimento da presença russa na região.”
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