Polônia não quer diálogo histórico após glorificação de colaboradores nazistas na Ucrânia

© Sputnik / Pyotr Zadorozhnyi / Acessar o banco de imagensVeterans of the Ukrainian Insurgent Army (OUN-UPA) at the monument to Stepan Bandera during the Heroes Festival in Lviv.
Veterans of the Ukrainian Insurgent Army (OUN-UPA) at the monument to Stepan Bandera during the Heroes Festival in Lviv. - Sputnik Brasil
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O presidente polonês Bronislaw Komorowski condenou o reconhecimento recente pela Suprema Rada ucraniana do Exército Insurgente Ucraniano (UPA, na sigla ucraniana) como combatentes pela independência.

“Não pode haver reconciliação entre Polônia e Ucrânia sem um diálogo”, disse ele numa entrevista ao canal televisivo TVN24.

“Temos muito trabalho adiante para [reconstrução] das nossas relações”, acrescentou.

O presidente Komorowski frisou que a desgraça da nova lei é que ela impede qualquer diálogo histórico entre os dois países no futuro.

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O líder polonês, porém, sublinhou que a comunicação entre os dois países não é parada e ambos os lados devem buscar uma solução positiva para as tensões existentes.

Bohdan Pietka, historiador e publicista independente, num comentário à Sputnik Polska duvidou da sinceridade de Bronislaw Komorowski:

“No que se diz respeito às palavras de ontem do presidente Komorowski de que a heroicização do UPA impedem o diálogo histórico ucraniano-polonês, elas foram ditas no interesse da sua campanha eleitoral durante a qual é preciso manobrar. Se não fosse pelas eleições, Bronislaw Komorowski provavelmente não diria essas palavras”.

No dia 9 de abril, o parlamento ucraniano aprovou uma lei que reconhece como um “combatente pela liberdade” qualquer pessoa que tenha lutado pela independência da Ucrânia entre novembro de 1917 e 24 de agosto de 1991. Independente de terem feito parte de grupos formais, informais, subterrâneos, militares ou guerrilheiros, essas pessoas passam a ter direito a benefícios sociais ao abrigo da nova lei.

Entre as organizações abrangidas pela controversa legislação estão o UPA e a Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN), que colaboraram com a Alemanha nazista e são responsáveis por inúmeras atrocidades.

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A lei foi aprovada logo após visita de Komorowski à Ucrânia e o apelo dele para uma reconciliação entre o povo ucraniano e o povo polonês que anteriormente tinham uma complexa e difícil história comum. O presidente também manifestou a esperança de que brigas e disputas antigas não interfiram no caminho para um bom diálogo entre os dois países e povos.

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Os historiadores poloneses manifestam que entre 100 e 130 mil civis poloneses foram mortos no ocidente da Ucrânia (Volínia e Galícia Oriental) pelos combatentes do UPA.

Ao mesmo tempo parece que o respeito pela memória dos compatriotas na mente dos altos funcionários poloneses é mais fraco do que a antipatia em relação à Rússia e medo da mítica ameaça russa. Assim o chanceler da Polônia Grzegorz Schetyna nesta quinta-feira (23) manifestou que a Polônia, junto com outros países, pode apoiar as “capacidades defensivas” ucranianas em caso de escalação do conflito no leste da Ucrânia.

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