O Ministério das Relações Exteriores (MRE) emitiu nota nesta terça-feira, 24 de março, informando que o governo brasileiro tomou conhecimento, com surpresa, de matérias da imprensa que indicam que correspondência eletrônica relativa à candidatura do Embaixador Roberto Carvalho de Azevêdo ao cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) teria sido objeto de violação por parte do Governo da Nova Zelândia.
Hoje, a nota do Itamaraty sobre a suposta violação de correspondência eletrônica relativa à candidatura brasileira à OMC cita, ainda, que "o governo brasileiro expressa sua determinação de ver a questão devidamente esclarecida, no marco da amizade que sempre existiu nas relações entre os dois países". O texto destaca também que a embaixadora da Nova Zelândia foi chamada ontem ao Itamaraty pelo Secretário-Geral das Relações Exteriores, com a expectativa de que o Governo neozelandês possa fornecer as explicações necessárias sobre o assunto.A denúncia divulgada aponta que Azevêdo foi alvo de espionagem enquanto era candidato ao cargo de diretor-geral da OMC, posto que hoje ele ocupa. Usando tecnologia fornecida pelos EUA e num acordo com governos anglo-saxões, a Nova Zelândia espionou os e-mails e tráfego de internet do brasileiro em 2013, às vésperas das eleições em Genebra. Há poucas semanas, essas mesmas publicações passaram a usar documentos fornecidos por Edward Snowden, o ex-funcionário da CIA, para revelar o papel da Nova Zelândia em operações de espionagem e na colaboração com a Casa Branca.
Em 2013, a OMC passava por um de seus momentos mais críticos e embarcou em uma disputa que envolvia nove candidatos a assumir sua direção, algo inédito. O controle da entidade era considerado estratégico pelos países emergentes. Tim Groser, ministro do Comércio da Nova Zelândia, era um dos principais oponentes aos nomes lançados pelos emergentes e era apoiado pela Casa Branca.O que as revelações indicariam é que Groser recebeu também o apoio do serviço secreto, mas acabou sendo derrotado pelo brasileiro na votação. Roberto Azevêdo assumiu a direção geral da OMC no dia 1º de setembro de 2013 para um mandato de quatro anos.
fonte: Estadão Conteudo
Ao pressionar o botão "Publicar", você concorda expressamente com o processamento de dados da sua conta no Facebook para permitir que você comente notícias no nosso site usando essa conta. Você pode consultar a descrição detalhada do processo de processamento na Política de Privacidade.
Você pode cancelar seu consentimento removendo todos os comentários publicados.
Todos os comentários
Mostrar comentários novos (0)
em resposta a(Mostrar comentárioEsconder comentário)