Blogueiro é assassinado em Bangladesh por apelar ao secularismo

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O blogueiro norte-americano Avijit Roy, nascido em Bangladesh, foi atacado e morto a facadas quando caminhava com sua esposa pela capital do país asiático, informou a polícia.

O ataque aconteceu na noite de quinta-feira, 26 de fevereiro, numa movimentada calçada de Daca, quando ele e sua mulher, Rafida Ahmed, voltavam de uma feira de livros realizada na Universidade de Daca. Ela, que também é blogueira, ficou seriamente ferida. O ataque foi o mais recente de uma série contra escritores seculares em Bangladesh nos últimos anos.

Um grupo militante anteriormente desconhecido, o Ansar Bangla 7, assumiu a responsabilidade pelo ataque, informou o comissário assistente de polícia S.M. Shibly Noman ao jornal Prothom Alo. Roy "era o alvo por causa de seu crime contra o Islã", escreveu o grupo no Twitter.

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O norte-americano era uma importante voz contra a intolerância religiosa. Familiares e amigos disseram que ele vinha recebendo ameaças por causa de seus textos. Por volta de 20h45 de quinta-feira, um grupo de homens emboscou o casal, que andava na direção de uma barraca de rua que vende chá. Segundo o chefe de polícia, Sirajul Islam, pelo menos dois cutelos foram usados na ação. O grupo que atacou o casal fugiu, desaparecendo em meio à multidão.

As divergências entre blogueiros seculares e grupos islâmicos conservadores – muitas vezes ligados secretamente a partidos islâmicos – têm aumentado. Os secularistas pedem que as autoridades proíbam a política baseada na religião, enquanto os islamitas querem a aprovação de leis que protejam sua fé.

Roy fundou um blog popular em língua bengali, o Mukto-mona, ou Mente Livre, que publica artigos científicos e sobre religião. A página na Internet aparentemente saiu do ar após o ataque. Em janeiro, Roy defendeu o ateísmo num post no Facebook, chamando a ideia de "um conceito racional que se opõe a qualquer crença não científica e irracional".

Bangladesh, país de 160 milhões de habitantes e de maioria muçulmana, não é conhecido pelo extremismo islâmico, mas nos últimos anos tem registrado uma série de ataques, provavelmente realizados por militantes.

Estadão Conteúdo

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