A Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) recebeu ajuda da Dinamarca para espiar diversos políticos europeus, determinou em 2015 a investigação de um grupo de trabalho interno do Serviço de Inteligência da Defesa Dinamarquês, cujas conclusões foram reveladas no domingo (30) emissora pública de rádio e TV da Dinamarca, Danmarks Radio, em conjunto com jornalistas.
Entre os políticos que os EUA espionaram estava a chanceler alemã Angela Merkel, o então ministro das Relações Exteriores, o atual presidente alemão Frank-Walter Steinmeier e o ex-líder da oposição alemã Peer Steinbrueck.
Além deles, os EUA também grampearam as comunicações de funcionários de alto escalão da Suécia, Noruega e França, de acordo com os dados analisados, que abrangem os anos de 2012 a 2014.
As suspeitas de que a inteligência dinamarquesa facilitava o acesso aos cabos de Internet da Dinamarca aos EUA, que resultaram em uma investigação interna secreta, denominada Operação Dunhammer, surgiram depois dos vazamentos de Edward Snowden, que em 2013 revelou uma grande quantidade de documentos sobre os métodos de trabalho da NSA.
Os serviços de inteligência do Reino Unido estão ajudando os Estados Unidos a investigar a possibilidade de o SARS-CoV-2 ter sido vazado de um laboratório na cidade chinesa de Wuhan, segundo informações do jornal britânico The Telegraph https://t.co/ewEoeB7dn7
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) May 29, 2021
Os materiais vazados revelaram que a NSA estava por trás de um grande sistema de espionagem a nível mundial e que espiava os líderes de países aliados, entre outros métodos, mediante a cooperação com os serviços de inteligência de outras nações.
Segundo fontes da emissora Danmarks Radio (DR), as revelações de Snowden não passaram despercebidas ao Departamento do Serviço de Inteligência de Defesa da Dinamarca que controla os cabos de Internet, e foi aí que surgiu a preocupação de que a NSA pudesse utilizar os sistemas de comunicações dinamarqueses para suas missões de espionagem na Europa.
Após denúncias da mídia sobre o papel da Dinamarca na espionagem aos líderes europeus, Snowden também se pronunciou a esse respeito e acusou o atual presidente dos EUA, Joe Biden, de estar "profundamente envolvido" na situação.
De acordo com a mídia, justamente este relatório provocou o presidente Joe Biden a dar ordem à Comunidade de Inteligência dos Estados Unidos para que "redobrasse" seus esforços investigando origens do vírus https://t.co/ArbWnb3ROI
— Sputnik Brasil (@sputnik_brasil) May 28, 2021
"Biden está bem preparado para responder a isso quando visitar a Europa, já que ele teria estado profundamente envolvido neste escândalo", escreveu Snowden, se referindo à época em que Biden era vice-presidente durante a administração de Barack Obama.
Biden is well-prepared to answer for this when he soon visits Europe since, of course, he was deeply involved in this scandal the first time around.
— Edward Snowden (@Snowden) May 30, 2021
There should be an explicit requirement for full public disclosure not only from Denmark, but their senior partner as well. https://t.co/TJL7gr6dy8
Biden está bem preparado para responder a isso quando visitar a Europa em breve, já que ele esteve profundamente envolvido neste escândalo desde o primeiro momento. Deveria haver uma exigência explícita de divulgação pública total não apenas por parte da Dinamarca, mas de seu principal parceiro também. URGENTE: os serviços secretos da Dinamarca ajudaram os EUA a espionar a chanceler alemã Angela Merkel e outros políticos europeus.
O caso teve grande repercussão entre os países alvo de espionagem, com a oposição alemã afirmando que "é grotesco que os serviços de inteligência de aliados estejam interceptando e espionando funcionário de alto escalão de outros países".