Polícia da Lituânia abre investigação sobre 'sequestro' de avião da Ryanair pela Belarus

© REUTERS / Andrius SytasA aeronave da Ryanair, que transportava o jornalista e ativista opositor Roman Protasevich, desviada a Belarus, onde o opositor foi detido, pousa em Vilnius, Lituânia, 23 de maio de 2021
A aeronave da Ryanair, que transportava o jornalista e ativista opositor Roman Protasevich, desviada a Belarus, onde o opositor foi detido, pousa em Vilnius, Lituânia, 23 de maio de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 24.05.2021
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Comissário-geral da Polícia da Lituânia acusa capitão do voo pela decisão de pousar em Belarus após discutir com Ryanair, responsável pela rota. Uma investigação foi aberta para apurar o caso.

A Lituânia abriu uma investigação criminosa sobre "sequestro" após pouso de emergência de avião da Ryanair em Minsk, capital de Belarus. Pilotos foram entrevistados ao aterrissarem em Vilnius, afirmou o comissário-geral da Polícia da Lituânia, Renatas Pozela, ao The New York Times, nesta segunda-feira (24).

Em comunicado, as companhias aéreas da Avia Solutions Group, com sede na Lituânia, registradas no Chipre, anunciaram que os voos da Lituânia vão evitar o espaço aéreo bielorrusso.

"As principais prioridades das nossas transportadoras são voos seguros e a segurança dos passageiros, portanto, as empresas do nosso grupo estão mudando suas rotas de voo e circularão pelo espaço aéreo de Belarus", diz o comunicado.

O Ministério dos Transportes da Lituânia já confirmou o banimento de voos sobre Belarus a partir de terça-feira (25). E o Ministério das Relações Exteriores lituano recomendou que seus cidadãos evitassem viajar para Belarus após o incidente em Minsk.

O Ministério das Relações Exteriores da Lituânia recomenda fortemente cidadãos lituanos contra todas as viagens para a República de Belarus e exorta todos os cidadãos lituanos em Belarus a deixarem o país

Vale destacar que seis pessoas que embarcaram no voo em Atenas não estavam no avião quando chegou a Vilnius. Entre eles estão o jornalista dissidente bielorrusso Roman Protasevich e sua namorada, a russa Sofia Sapega, que foram detidos.

"O que eu sei é que seis pessoas não chegaram a Vilnius", disse Pozela, observando que mais detalhes estão sendo investigados como parte da investigação criminosa do caso.

A polícia interrogou os pilotos no domingo (23), quando pousaram em Vilnius, continuou o oficial. "Os pilotos eram a prioridade. Queríamos ouvir suas histórias. Como eles viram a situação? O que eles fizeram?", contou Pozela, acrescentando que os passageiros serão questionados ainda nesta semana.

O caso do desvio do avião da Ryanair neste domingo (23) gera preocupação internacional. O voo que partiu da Grécia com destino à Lituânia foi desviado para Belarus. Até o momento, cinco, dos 126 passageiros, estariam desaparecidos.

A União Europeia (UE) também está considerando evitar o espaço aéreo de Belarus e banir a transportadora nacional Belavia dos aeroportos da UE depois que as autoridades bielorrussas fizeram subir um caça para escoltar e "forçaram" um avião da Ryanair a pousar em Minsk.

Os líderes da UE condenaram veementemente Belarus pelo incidente, no qual um voo da Grécia para a Lituânia foi desviado e um jornalista dissidente que estava a bordo do avião foi preso. Eles vão discutir o aumento das sanções já em vigor contra Minsk em uma cúpula na noite desta segunda-feira (24), e também podem restringir as ligações de trânsito terrestre entre a Belarus e os 27 países da UE.

O governo da Lituânia já recomendou que seus cidadãos que estão em solo bielorrusso voltassem e que todos evitassem viajar para a Belarus. Moscou já se pronunciou e pediu acesso consular a cidadão russo que estava a bordo.

O caso do voo desviado

O voo da Ryanair que partiu de Atenas teria sido forçado a desviar e pousar em Minsk, em Belarus, neste domingo (23). O motivo teria sido a detenção de um ativista de oposição a bordo. O desvio do voo gerou fortes críticas da comunidade internacional.

A Lituânia, integrante da UE, pediu que o bloco e a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) respondessem. A ação foi classificada como "inaceitável", pela líder da Comissão Europeia, Ursula van der Leyen.

O avião, que percorria o trajeto entre Atenas e Vilnius, estava quase chegando à Lituânia quando mudou de direção e foi escoltado para Minsk, capital de Belarus, após denúncias de que havia explosivos a bordo.

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