Após protestos, França quer consulta popular para reformar a polícia

© Sputnik / Alexey Vitvitsky / Acessar o banco de imagensPoliciais e manifestante dos "coletes amarelos" durante protesto em Paris, França
Policiais e manifestante dos coletes amarelos durante protesto em Paris, França - Sputnik Brasil
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O presidente francês Emmanuel Macron planeja lançar em janeiro de 2021 uma série de consultas populares - o Beauvau de la sécurité - para ajudar na reforma das estruturas policiais da França.

Diante da crise de segurança pública que a França enfrenta dada a profusão de imagens de violência policial que circulam pela Internet, o governo de Macron decidiu agir.

Segundo informações do jornal Le Monde, o objetivo do presidente da França é "melhorar as condições de exercício da polícia" e "consolidar os laços da instituição com os franceses".

As tensões aumentaram nas últimas semanas devido aos recentes atos de violência policial e um projeto de lei que visa penalizar a distribuição de imagens e vídeos de policiais. Segundo os críticos, a lei prejudica a liberdade de expressão e de imprensa.

"É urgente agir", disse Emmanuel Macron ao divulgar o plano de consulta popular. Informações da imprensa francesa apontam que a ideia de Macron poderia resultar em um aumento de 1,5 bilhão de euros (cerca de R$ 9,2 bilhões) no orçamento do Ministério do Interior.

A França também vai consultar os representantes da polícia sobre as propostas de reformas em áreas como treinamento policial, supervisão, filmagem de operações e relações com a população.

Gérald Darmanin, ministro do Interior, disse ontem (7) que receberia os sindicatos da polícia no dia 18 de dezembro, e prometeu propostas rápidas. Segundo uma publicação em sua rede social, o projeto de Macron é primeiro passo de uma reforma que a polícia da França precisa e quer.

​O Beauvau da segurança anunciado pelo presidente da República é a primeira pedra da grande lei de ordenamento da segurança interna que a polícia há muito merece.

Milhares de franceses protestaram nas últimas semanas contra um projeto de lei sobre segurança pública e filmagem de policiais em serviço. Os atos foram convocados após um mais um caso de violência policial que deixou o governo de Emmanuel Macron em uma situação delicada.

Os protestos se concentram em três artigos do projeto de lei de Segurança Global, aprovado na parlamento francês em meados de novembro. Segundo o texto, é proibida a divulgação de imagens da polícia, assim como imagens das forças de segurança feitas pelos cidadãos com seus telefones celulares.

Reações dentro da França

Diversos políticos franceses se manifestaram após o anúncio do Beauvau de la sécurité. "Vamos ver o que sai disso. O que importa para mim são as ações, não o palavrório", reagiu o deputado Eric Ciotti (do partido Republicanos), um dos parlamentares que redigiu a polêmica lei de segurança.

Já Damien Abad, do mesmo partido, denunciou a "política camaleônica" de Emmanuel Macron, que "não diz o que pensa, mas o que o público quer ouvir". Para o deputado e presidente da União dos Democratas e Independentes (UDI), Jean-Christophe Lagarde, "o presidente da República colocou-se numa posição muito má. A sua expressão em Brut revoltou muitos polícias".

© Sputnik / Dominique Boutin / Acessar o banco de imagensPoliciais durante protestos em Paris contra a atuação das forças de segurança contra migrantes e as emendas à lei da Segurança Nacional
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Policiais durante protestos em Paris contra a atuação das forças de segurança contra migrantes e as emendas à lei da Segurança Nacional
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