De acordo com o jornal Bild, para "driblar" as sanções dos EUA contra o gasoduto russo, nos próximos dias a Alemanha criará um "fundo de proteção do clima" que identificará o Nord Stream 2 como o "componente mais importante para a proteção do meio ambiente em Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental", fazendo todo o possível para o completar e colocar em funcionamento.
Por sua vez, as empresas alemãs ameaçadas pelas sanções norte-americanas fornecerão oficialmente seus serviços e instalações para esta mesma base para a finalização do oleoduto.
Do ponto de vista técnico, nenhuma empresa vai interagir com o Nord Stream 2. Desta maneira, não haverá fundamentos para as sanções norte-americanas e isso vai colocar o projeto em andamento.
Além disso, o Escritório Federal Alemão de Navegação e Hidrografia acordou retomar os trabalhos de construção do gasoduto em dezembro. Também ressaltou que está considerando uma solicitação para continuar os trabalhos de construção entre janeiro e abril de 2021.
Até o momento, nenhum dos participantes do Nord Stream 2 abandonou o projeto, apesar da pressão norte-americana.
Por sua vez, o operador de construção, Nord Stream 2 AG, declarou que o gasoduto está quase 100% financiado. Segundo a empresa, o projeto conta com todos os recursos e apoios financeiros necessários para completar a construção e colocá-lo em funcionamento.
O gasoduto Nord Stream 2, impulsionado por uma aliança de empresas da Rússia, Alemanha, Áustria, França e Países Baixos, será conectado aos dois primeiros países pelo fundo do mar Báltico.
A infraestrutura, concebida para diversificar as rotas do fornecimento de gás russo à Europa e elevar a segurança energética, constará de dois ramais para transportar até 55 bilhões de metros cúbicos de gás natural.
A construção foi suspensa em dezembro de 2019 depois que Washington ameaçou com sanções a empresa suíça Allseas, que realiza as obras.
No início do mês passado, a Câmara dos Representantes e o Senado dos EUA decidiram impor sanções contra o Nord Stream 2 no orçamento de defesa a partir do ano fiscal de 2021.
As restrições às empresas de seguros e de certificação que ajudam a Rússia a completar a construção do gasoduto foram estabelecidas na Lei de Defesa Nacional de 2021, cuja aprovação está prevista para o final deste ano.