Macron: Europa precisa de sua própria soberania em defesa, mesmo com novo governo nos EUA

© REUTERS / Ludovic MarinEmmanuel Macron, presidente da frança, falando em fórum
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O presidente francês discordou das afirmações de Annegret Kramp-Karrenbauer, ministra da defesa alemã, que opinou que Washington continuaria fortemente responsável pela defesa do continente.

Mesmo com uma nova administração nos EUA, a Europa precisa de sua própria soberania na defesa, defendeu Emmanuel Macron, presidente da França, em entrevista à publicação francesa Revue Grand Continent.

"Estou em total desacordo com o artigo de opinião publicado no [portal] Politico pela ministra da defesa alemã", afirmou Macron, em referência à Annegret Kramp-Karrenbauer, que afirmou em 2 de novembro à mídia que a Europa continuaria dependente das forças militares norte-americanas em um futuro próximo.

"Os Estados Unidos só nos respeitarão como aliados se formos sérios sobre nossa própria posição e se tivermos nossa própria soberania em relação à nossa defesa", disse o alto responsável francês.

Tal como muitos outros líderes pelo mundo afora, Macron parabenizou o democrata Joe Biden, presidente-eleito dos EUA, que venceu as eleições presidenciais do país contra o republicano e presidente em exercício Donald Trump, que tem se recusado a reconhecer a derrota.

Na terça-feira (10), o chefe de Estado francês falou com Biden, referindo estar pronto para trabalhar com o norte-americano em questões como o clima, a saúde e a luta contra o terrorismo.

"Precisamos continuar construindo nossa própria autonomia, assim como os Estados Unidos fazem por si mesmos, e assim como a China faz por si mesma", acrescentou Macron, apelando também a um papel forte da França.

Cooperação internacional

Durante a entrevista, Macron também criticou o funcionamento do Conselho de Segurança da ONU.

"Sou obrigado a ressaltar que o Conselho de Segurança das Nações Unidas não está mais produzindo soluções úteis hoje; todos nós somos corresponsáveis quando alguns se tornam reféns em crises de multilateralismo, como a OMS [Organização Mundial da Saúde], por exemplo", afirmou o presidente francês.

"Para que haja cooperação, os polos equilibrados precisam ser capazes de estruturá-la em torno de um novo multilateralismo, ou seja, um diálogo entre os diferentes poderes, para decidir juntos", comentando também que "isto significa afirmar que as estruturas da cooperação multilateral estão hoje enfraquecidas, porque estão bloqueadas".

Para isso, Macron recomendou reinventar e modernizar as estruturas e formas de cooperação, bem como "reequilibrar essas relações".

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