Lukashenko diz que talvez tenha passado muito tempo no cargo de presidente

© Sputnik / Serviço de Imprensa da Presidência da Belarus / Acessar o banco de imagensPresidente belarusso Aleksandr Lukashenko durante uma entrevista a jornalistas russos em Minsk
Presidente belarusso Aleksandr Lukashenko durante uma entrevista a jornalistas russos em Minsk - Sputnik Brasil
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Em entrevista concedida a jornalistas, o presidente da Bielorrússia, Aleksandr Lukashenko, comentou sobre situação política em seu país e afirmou que protestos na Bielorrússia visam a Rússia.

Desde o dia 9 de agosto a Bielorrússia tem vivido protestos realizados por cidadãos insatisfeitos com os resultados da eleição presidencial que ocorreu no referido dia.

Comentando os consecutivos protestos, Lukashenko disse em entrevista concedida a jornalistas, incluindo da Sputnik:

"Pessoalmente falando eu fiquei muito ofendido, mas eu entendo que parte das pessoas que agora estão protestando simplesmente não sabem como era nossa Bielorrússia 20 anos atrás, e parte esqueceu", afirmou o chefe de Estado.

Em relação aos objetivos dos protestos, nos quais se exige a saída de Lukashenko do poder, o mesmo disse aos jornalistas russos:

"Vocês devem entender muito bem que aqueles que estão fazendo isso tudo não têm nós como alvo, mas vocês [em referência à Rússia]."

Lukashenko acredita que os protestos ocorridos desde a última eleição têm como origem os EUA, enquanto Washington estaria agindo contra seu governo através da Polônia e República Tcheca.

Contudo, ele não refutou que existem razões internas motivando os protestos.

Ao mesmo tempo, Lukashenko afirma que, diferentemente do ex-presidente ucraniano Pyotr Poroshenko, ele não possui milhões.

"Mas mesmo que eu tivesse, eu nunca deixaria a Bielorrússia", citou a fala do presidente o canal de TV Rossiya 1.

De acordo com publicação feita pelo editor-geral da Rádio Govorit Moskva, Roman Babayan, que também participou da entrevista, Lukashenko sinalizou não tencionar sair do poder com as seguintes palavras:

"Eu não vou sair assim à toa. Durante 25 anos eu beneficiei a Bielorrússia. Não vou largar tudo isso simplesmente assim. Além disso, se eu sair, meus apoiadores serão esfaqueados."

Por outro lado, o presidente bielorrusso não excluiu a possibilidade de nova eleição após uma reforma constitucional no país.

Sobre as recentes imagens que mostraram o presidente com um fuzil caminhando por Minsk, capital bielorrussa, Lukashenko explicou que tal fato significa que "não fugi para nenhum lugar, e estou pronto para defender meu país até o fim".

No entanto, o presidente também afirmou que "possivelmente eu estou mais tempo do que o necessário [no cargo de presidente]".

"Talvez me vejam não só na televisão, mas também no ferro de passar e na chaleira. Mas de fato só eu posso agora defender a Bielorrússia", afirmou.

Diálogo com a oposição

Enquanto a oposição bielorrussa exige a saída de Lukashenko, o presidente rejeita a possibilidade de diálogo com a mesma.
A razão disso seria que ele não considera seus oponentes uma oposição.

"Eu não vou falar com o Conselho de Coordenação da oposição, porque eu não sei quem são essas pessoas. Eles não são nenhuma oposição. Tudo o que eles oferecem é uma catástrofe para Bielorrússia e o povo bielorrusso. Eles querem romper todas nossas ligações com a irmã Rússia, querem que a medicina e a educação sejam pagas", citou Lukashenko Babayan.

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