Oposição na Bielorrússia repete cenário da Venezuela ao exigir a saída de Lukashenko, diz Lavrov

© REUTERS / Ministério das Relações Exteriores da Rússia / HandoutSergei Lavrov, chanceler da Rússia
Sergei Lavrov, chanceler da Rússia - Sputnik Brasil
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A oposição da Bielorrússia está tentando afastar do poder Aleksandr Lukashenko, o presidente do país, usando as negociações apenas como arma para o fazer, diz o chanceler russo Sergei Lavrov.

As negociações da oposição têm como alvo apenas Aleksandr Lukashenko, o presidente do país, segundo o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.

"Isto é praticamente o mesmo que na Venezuela, quando um presidente legítimo é declarado proscrito", disse o alto responsável da Rússia.

Lavrov recomenda que os outros países se abstenham de intervir no país.

"Nossa abordagem é muito simples: é um assunto interno da Bielorrússia. Os próprios bielorrussos são bastante capazes, sendo um povo sábio, de lidar com esta situação. O principal é não provocar distúrbios desde o exterior".

O diplomata russo criticou a opositora Svetlana Tikhanovskaya, que tem feito "afirmações políticas, que além de tudo são duras", e que exige a continuação das greves e protestos. Ele também aponta o valor simbólico de estar realizando cada vez menos discursos em russo, preferindo falar em bielorrusso e inglês.

Além disso, ele referiu que o governo bielorrusso ofereceu à Organização para a Segurança e Cooperação na Europa instrumentos para monitorar independentemente as eleições, mas que foram recusados de forma "arrogante".

"Eles foram convidados, deviam ter vindo, não havia limites para o número de observadores, podiam até enviar para cada seção [de voto], [mas] recusaram", lamenta Lavrov.

Esperança na situação

No entanto, Sergei Lavrov observa que há sinais de normalização no país que faz fronteira com a Rússia.

"Ao mesmo tempo, sei que nem todos gostam e querem fazer um curso normal e pacífico dos acontecimentos na Bielorrússia, [e não] provocar sangue e levar tudo para o cenário ucraniano", disse.

Como exemplo, ele refere as afirmações de Lukashenko sobre a alteração da Constituição bielorrussa, que inclui um diálogo com os trabalhadores.

"Este é mesmo o caminho mais promissor", afirma.

Por isso, defende, a Rússia não se mostrará contra qualquer decisão tomada por Minsk relativamente a um diálogo com a população.

"O próprio povo bielorrusso decidirá como sair desta situação", aponta.

Em 9 agosto, na Bielorrússia foram realizadas eleições presidenciais, nas quais Lukashenko saiu vitorioso com 80,1% dos votos, segundo dados oficiais.

Insatisfeitos com os resultados, oposicionistas bielorrussos saíram às ruas do país em protesto, tendo alguns demandado nova eleição e mudança de poder. Após se envolverem em confrontos com a polícia, as autoridades relataram a morte de três manifestantes, centenas de feridos e 6,7 mil pessoas detidas.

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