Quase metade de moradores de vila na Áustria desenvolveu anticorpos para COVID-19, revela estudo

© Foto / Pixabay / bogitwMontanhas de Dachstein, Áustria (imagem referencial)
Montanhas de Dachstein, Áustria (imagem referencial) - Sputnik Brasil
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No início de março, uma famosa estância de esqui na Áustria foi importante foco de propagação do coronavírus na Europa. Segundo estudo, metade dos habitantes desenvolveu anticorpos do SARS-CoV-2.

Com cerca de 400 hotéis, a estância Ischgl é famosa por suas festas extravagantes, incluindo concertos de estrelas pop internacionais e música tradicional alemã, que reúnem até 25.000 pessoas.

Foi a partir dessa estância de esqui que o novo coronavírus teria se espalhado pela Europa, levado por turistas, sobretudo para a Alemanha, Islândia, Noruega, Dinamarca e Reino Unido. Esse fato tem merecido a atenção da comunidade científica.

Em estudo divulgado esta quinta-feira (25), cientistas da Universidade de Medicina de Innsbruck (Áustria) determinaram que 42,4% da população de Ischgl desenvolveu imunidade ao novo coronavírus SARS-CoV-2.

Cerca de 79% da população local aceitou participar do referido estudo, incluindo crianças. Os pesquisadores coletaram amostras de sangue de 1.473 pessoas durante uma semana, de 21 a 27 de abril.

© Foto / Domínio PúblicoEstância austríaca de esqui Ischgl
Quase metade de moradores de vila na Áustria desenvolveu anticorpos para COVID-19, revela estudo - Sputnik Brasil
Estância austríaca de esqui Ischgl

O número daqueles que desenvolveram anticorpos, que surgem somente após a infecção, foi seis vezes maior do que aqueles que haviam testado positivo para o vírus.

O estudo também se concentrou na segurança de aplicação dos procedimentos de teste para a detecção de anticorpos. Estas moléculas proteicas, as chamadas imunoglobulinas, são formadas pelo sistema imunológico para combater vírus e outras substâncias estranhas.

"Para poder detectar as imunoglobulinas IgA e IgG específicas do SARS-CoV-2 no sangue, estabelecemos um procedimento em três etapas com sensibilidade máxima e praticamente 100% de exatidão", afirmou a autora principal, Dorothee von Laer.

"Acreditamos que eventos [com muito público] como os que aconteceram em bares depois do esqui, contribuíram significativamente para a transmissão generalizada", acrescentou.

O estudo relata que a maioria das pessoas sintomáticas sofreu alterações do paladar e olfato, seguidas de febre e tosse. Enquanto isso, as crianças que contraíram o vírus foram em sua maioria assintomáticas, tendo apenas nove adultos sido hospitalizados.

"Em Ischgl estamos lidando com a maior seroprevalência já demonstrada em um estudo. Mesmo que isso não signifique que a imunidade de rebanho tenha sido alcançada, a população de Ischgl deve estar protegida em grande parte", observou von Laer.

Mas, mesmo que a imunidade de grupo tenha sido realmente atingida, os especialistas alertam que a duração da proteção para os portadores de anticorpos é ainda desconhecida.

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