O ato percorreu áreas emblemáticas da capital, Lisboa, e reuniu cerca de seis mil participantes, de acordo com a apuração do canal RTP junto à polícia. Entre as mensagens transmitidas pelos manifestantes, seja em cartazes, camisas, e aos gritos em megafones, o que mais se ouviu foram "George Floyd, presente" e "vidas negras importam", a tradução do simbólico "black lives matters".
"Estamos aqui por que estamos cansados. É desumano, em pleno 2020, ainda termos que fazer manifestações destas. É uma luta que não vai acabar. Já chega de mortes inocentes, a minha cor não quer dizer nada", disse uma das manifestantes à Sputnik Brasil.
George Floyd morreu por asfixia depois de ter o pescoço e as costas pressionados com violência por um policial da cidade de Minneapolis, nos Estados Unidos, na semana passada.
Além da morte de Floyd, o ato em Lisboa também chamou a atenção para casos de violência policial em Portugal. Um deles foi o de Cláudia Simões, mulher negra que foi espancada por um policial depois de uma detenção no começo do ano. "Acho que é importante a Cláudia estar representada aqui hoje por que é algo que ocorreu em Portugal, violência policial, e essa brutalidade deve ser interrompida. Estamos aqui, como todos, para cobrar justiça", disse a manifestante Charleine Boieiro à Sputnik Brasil.
Também houve espaço para cobranças pelo fim do racismo e do preconceito no país, que não atinge só a população negra, mas também pessoas de outras etnias e imigrantes.
"Eu vou dizer exatamente o meu caso. Havia amigos que queriam trabalhar comigo e disseram: 'gosto muito do teu trabalho, Tequila, mas infelizmente a minha empresa não permite contratar pretos, ciganos ou zucas'. Isto é o racismo claro nas empresas, é institucional", contou o músico Tequila a jornalistas durante a manifestação. Zucas vem de brazucas, termo utilizado para se referir a brasileiros.
Todo o percurso da manifestação, que durou mais de três horas, foi acompanhado pela polícia. Não houve nenhum momento de confronto. O protesto seguiu de maneira organizada e a escolta policial atuou coordenando o trânsito e delimitando locais de passagem para o grupo.
Além de Lisboa, Portugal também teve manifestações nas cidades de Porto e Coimbra.
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