Aliados da OTAN apelam aos EUA para que não se retirem do Tratado de Céus Abertos, diz mídia

© AP Photo / Virginia MayoPorta-voz da OTAN e ex-primeiro ministro da Noruega, Jens Stoltenberg
Porta-voz da OTAN e ex-primeiro ministro da Noruega, Jens Stoltenberg  - Sputnik Brasil
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Em uma reunião de emergência realizada na sexta-feira (22), todos os aliados da OTAN teriam apelado aos Estados Unidos para não deixarem o Tratado de Céus Abertos, informa a agência AMNA.

Após os EUA terem anunciado sua retirada do Tratado de Céus Abertos na sexta-feira (22), os chanceleres dos países-membros da OTAN realizaram uma reunião urgente para discutir a "salvação" do tratado internacional. Alemanha insistiu para que os EUA revissem sua posição, segundo informa a agência grega AMNA.

Chanceleres da Alemanha, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, República Tcheca e Suécia assinaram um comunicado onde expressaram seu "lamento pelo anúncio do governo dos EUA sobre sua intenção de se retirar do Tratado de Céus Abertos".

"O Tratado de Céus Abertos é um elemento fundamental do quadro de consolidação de confiança que foi criado nas últimas décadas com o objetivo de melhorar a transparência e a segurança abrangendo a zona euro-atlântica", diz o comunicado publicado no site do Ministério das Relações Exteriores da França.

Entretanto, o secretário-geral da aliança, Jens Stoltenberg, declarou que a "implementação seletiva da Rússia de suas obrigações no âmbito do Tratado de Céus Abertos tem prejudicado a contribuição deste importante Tratado para a segurança e estabilidade na região euro-atlântica" e apelou para que país volte a implementar suas obrigações.

"O retorno da Rússia ao cumprimento é a melhor maneira de preservar os benefícios do tratado", afirmou Stoltenberg em comunicado publicado no site da OTAN na sexta-feira (22).

O chefe da aliança lembrou que "os aliados pediram à Rússia que cumprisse totalmente o tratado desde a Cúpula de Gales em 2014, um apelo que repetiram na Cúpula de Varsóvia em 2016 e na Cúpula de Bruxelas em 2018".

"Os aliados da OTAN e os países associados mantiveram contatos com a Rússia, tanto das capitais quanto da OSCE [Organização para Segurança e Cooperação na Europa] em Viena", para trazer Moscou "de volta ao cumprimento o mais rápido possível".

Além disso, segundo Stoltenberg, os países da OTAN "permanecem abertos ao diálogo no Conselho Rússia-OTAN sobre redução de riscos e transparência".

© AP Photo / Thanassis StavrakisUm membro da Força Aérea da Grécia passa diante de um logo da OTAN em uma aeronave de vigilância AWACS, em 16 de novembro de 2006, na base aérea de Adravida, Grécia.
Aliados da OTAN apelam aos EUA para que não se retirem do Tratado de Céus Abertos, diz mídia - Sputnik Brasil
Um membro da Força Aérea da Grécia passa diante de um logo da OTAN em uma aeronave de vigilância AWACS, em 16 de novembro de 2006, na base aérea de Adravida, Grécia.

EUA anunciam saída

Na quinta-feira (21), o presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou que seu governo abandonará o Tratado de Céus Abertos e explicou que a decisão se dará por supostas violações do acordo por parte da Rússia.

No entanto, o presidente mencionou a possibilidade de reverter essa decisão ou elaborar um acordo semelhante, se a Rússia cumprir o tratado novamente.

Por sua vez, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmou em comunicado que seu país deixará o Tratado de Céus Abertos dentro de seis meses a partir desta sexta-feira (22).

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexandr Grushko, afirmou que a Rússia respeitará o Tratado de Céus Abertos enquanto permanecer em vigor e confia que outros Estados-partes farão o mesmo.

O Tratado de Céus Abertos, assinado em 1992 em Helsinque, permite que observadores militares realizem voos desarmados de vigilância aérea para obter imagens de movimentos de tropas e navios em um vasto território, da cidade canadense de Vancouver ao porto de Vladivostok, no Extremo Leste da Rússia.

Hoje, esse documento, em vigor desde 2002, possui 34 signatários, incluindo a Rússia, que o ratificou em maio de 2001.

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