COVID-19: político alemão pede que OMS desmascare 'teórico da conspiração' Pompeo com investigação

© AP Photo / Cheng MinLaboratório na China em que profissionais de saúde realizam testes para identificar pacientes com coronavírus
Laboratório na China em que profissionais de saúde realizam testes para identificar pacientes com coronavírus - Sputnik Brasil
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O principal membro do Partido Verde da Alemanha, Jurgen Trittin, pediu à Organização Mundial de Saúde (OMS) que investigasse as origens do novo coronavírus, a fim de combater "teóricos da conspiração", como o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo.

Trittin reagiu na segunda-feira (4) às alegações do principal diplomata americano de que havia "enormes evidências" de que a COVID-19 se originou em um laboratório chinês, chamando Pompeo de "teórico da conspiração" e exigindo que uma apuração independente liderada pela OMS colocasse um ponto final no assunto.

"Os serviços secretos com seus interesses políticos são obviamente inadequados como [fontes de esclarecimento] na crise da coroa", afirmou Trittin em uma carta exigindo respostas do governo federal alemão. Os Verdes são um partido da oposição desde 2015.

Ele se disse cético em relação às notícias da mídia de que as supostas evidências de Pompeo foram obtidas por meio da rede de inteligência Five Eyes, que inclui EUA, Reino Unido, Canadá, Nova Zelândia e Austrália - mas não a Alemanha, aliada da OTAN em Washington.

Pompeo e o presidente dos EUA, Donald Trump, culparam Pequim pela disseminação do vírus, que foi registrado pela primeira vez em Wuhan, na província chinesa de Hubei, em dezembro passado. Desde então, o vírus se espalhou por quase todos os cantos do mundo, infectando 3,5 milhões de pessoas e matando quase 250 mil.

As medidas de bloqueio implementadas em Wuhan e Hubei foram replicadas em outros lugares. Embora Pequim afirme ter tido sucesso total na eliminação do vírus, os EUA sofreram mais de um milhão de infecções e quase 70 mil mortes, enquanto sua economia parou.

Durante uma aparição na TV no domingo (3), Pompeo afirmou que "os melhores especialistas até agora parecem pensar que [o vírus] foi feito pelo homem", embora a comunidade de inteligência dos EUA tenha dito na semana passada que concordava com o consenso científico sobre o vírus provavelmente originário da natureza.

© AP Photo / Alex BrandonSecretário de Estado Mike Pompeo ao lado do presidente dos EUA, Donald Trump
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Secretário de Estado Mike Pompeo ao lado do presidente dos EUA, Donald Trump

A teoria de Pompeo "permanece especulativa" da perspectiva da OMS, disse o diretor de emergências da agência, Mike Ryan, em uma entrevista coletiva em Genebra na segunda-feira (4), acrescentando que a OMS não recebeu "nenhuma evidência específica de dados do governo dos EUA relacionada ao suposto origem do vírus".

"Portanto, se esses dados e evidências estiverem disponíveis, o governo dos Estados Unidos decidirá se e quando pode ser compartilhado", afirmou Ryan, observando que a OMS considera qualquer evidência sobre a origem do vírus "excepcionalmente importante" para o seu controle no futuro.

Cientistas de todo o mundo argumentaram que a estrutura do vírus prova não ter sido geneticamente modificada em laboratório, mas deve ter evoluído naturalmente em uma espécie animal antes de saltar para os seres humanos, mesmo não havendo ainda uma explicação satisfatória sobre qual animal seria o intermediário.

Também não há explicação oficial de onde o vírus se originou, com a teoria original de que ele vinha de um animal vendido em um "mercado úmido" em Wuhan, agora amplamente rejeitada por falta de evidências. Trump, Pompeo e outros apontaram o dedo para o Instituto Wuhan de Virologia, que pesquisou coronavírus de morcego, e sugeriram que uma amostra pode ter escapado acidentalmente do laboratório.

Ao condenar as "teorias da conspiração", Trittin pediu à OMS que iniciasse uma investigação imparcial e independente das origens do vírus. É improvável que Washington aceite as descobertas da OMS, no entanto, dadas as acusações de Trump de que o organismo mundial seguiu a liderança de Pequim em desinformar a humanidade sobre o vírus, que ele citou como o motivo para congelar o financiamento dos EUA para a organização no mês passado.

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