Estaria Noruega desafiando posição da OMS quanto à imunidade ao coronavírus?

© REUTERS / Norsk Telegrambyra ASMulher seca diferentes máscaras usadas para se proteger do coronavírus na Noruega
Mulher seca diferentes máscaras usadas para se proteger do coronavírus na Noruega - Sputnik Brasil
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que não existem evidências de que pessoas se tornem imunes após se recuperarem da COVID-19 mas autoridades de saúde norueguesas têm opinião diferente.

As autoridades da Noruega esperam que os doentes recuperados obtenham "algum tipo de imunidade".

Elas partem do princípio de que a COVID-19 é uma nova infecção, conforme afirma Bjorn Guldvog, diretor-geral do Diretório Norueguês da Saúde.

"Isto foi amplamente discutido. Agora, acreditamos que quem tenha passado pela doença adquire alguma forma de imunidade", disse Guldvog ao canal local NRK.

"O que permanece desconhecido é por quanto tempo a imunidade se mantém, por semanas, meses ou anos. E se a imunidade depende de a doença ter sido grave ou ligeira", continuou Guldvog.

Outros membros da comunidade médica da Noruega apoiam esta ideia.

"Até o momento, tudo que sabemos sobre o coronavírus sugere que nos tornaremos imunes", afirmou ao mesmo canal Anne Spurkland, professora de Medicina na Universidade de Oslo e pesquisadora no campo de doenças autoimunes e imunidade molecular. "Enquanto não tivermos uma vacina, devemos nos concentrar naqueles que foram infectados e verificar se não voltam a adoecer".

Ao mesmo tempo, o diretor-geral alertou contra depender da imunidade de grupo, que se atinge quando uma grande porcentagem da população se torna imune.

"Deixar que uma grande parte da população adoeça tem um grande custo. Desta forma, também sabemos que muitos podem ficar doentes em estado crítico. Ainda assim, continuamos sem saber se aqueles que passaram pela doença terão uma imunidade duradoura e, portanto, estarão completamente seguros no futuro", argumenta Guldvog.

De acordo com estimativas do Instituto de Saúde Pública da Noruega, na semana anterior aproximadamente 1% da população do país contraiu o coronavírus. Isto limita a possibilidade de gerar imunidade em larga escala.

Ainda na semana passada, a OMS advertiu que ainda não havia evidências de que pessoas que tenham contraído a doença anteriormente se tornavam imunes e protegidas de novas infecções. "Atualmente, não existem evidências de que as pessoas que tenham se recuperado da COVID-19 tenham anticorpos e estejam protegidas de uma segunda infecção", informou a organização em um comunicado.

A Noruega confirmou mais de 7.700 casos de infecções pelo coronavírus e 210 mortes.

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